Aquele Vigarista da Guerra de Bush
Blog do Argemiro Ferreira - 19/06/2008
http://argemiroferreira.wordpress.com/2008/06/19/aquel-vigarista-na-guerra-de-bush/
Blog do Argemiro Ferreira - 19/06/2008
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O caso de "Curveball", nome em código do vigarista iraquiano que o governo Bush apresentou ao mundo como prova da existência de armas biológicas no Iraque, tende a entrar para o capítulo das grandes fraudes da História. Sabia-se que o nome dele é Rafid Ahmed Alwan, mas agora ele foi localizado e entrevistado pelo jornal Los Angeles Times e ficou clara a extensão da fraude com que os EUA justificaram a guerra de Bush.
Alwan sequer é um vigarista refinado. Apesar da alegação dos EUA de que dirigia instalações de armas biológicas e sabia tudo sobre algo aterrador - "laboratórios móveis de germes", levados de um lugar para outro a fim de enganar inspetores internacionais - "Curveball" era só um vigarista barato. Mentia tanto que se tornou motivo de chacota entre os próprios colegas de trabalho na Alemanha.
E onde trabalhava exatamente? Fazia o que na Alemanha? Foi empregado do McDonald's e do Burger King, botando salsicha ou hamburger na chapa; num restaurante chinês lavava pratos; numa padaria passava a noite fazendo pretzels ou pão comum. Seu conhecimento não ia além disso. Nada sabia de armas biológicas. Mas os espiões dos EUA juraram que sabia tudo sobre armas de destruição em massa (ADM).
"Foi sempre um mentiroso".
Os autores da reportagem do jornal - o alemão John Goetz e o americano Bob Drogin - foram os primeiros jornalistas a entrevistar o personagem celebrizado pela leviandade do governo de Washington. Inicialmente o vigarista prometeu falar em troca de dinheiro. Goetz rejeitou tal proposta mas ele concordou, depois, em falar assim mesmo, durante várias entrevistas breves.
"Curveball"/Alwan contou então que, além de receber segurança especial e proteção, sua identidade era escondida - tudo com a ajuda da espionagem alemã, o Serviço Federal de Inteligência (BND, nas iniciais germânicas). Primeiro ele tentou defender sua reputação, mas isso se tornou impossível depois que os repórteres localizaram ex-colegas de trabalho do vigarista.
Um deles, no Burger King, contou: "Esse sujeito sempre mentiu. É apenas um mentiroso". Um amigo da família, para o qual ele tinha trabalhado antes, também confirmou. "Trata-se de um corrupto", disse. O curioso é os jornalistas não terem encontrado ninguém que o defendesse. Havia unanimidade sobre a reputação do vigarista. Só o presidente Bush e seu vice Cheney acreditaram no que ele contava.
"Não tenho nada com isso".
A certa altura o próprio Alwan negou tudo. "Eu nunca disse que o Iraque tinha ADM. Nunca, em toda a minha vida", afirmou. "Desafio qualquer pessoa no mundo a mostrar um pedaço de papel com minha assinatura ou qualquer coisa que prove que eu disse haver armas de destruição em massa no Iraque". Como, então o governo conseguiu ser enganado? "Não tenho nada com isso", respondeu ele.
Na verdade, a carreira de Alwan/"Curveball" como informante secreto, segundo a reportagem, começou em janeiro de 2000, pouco depois de ter ele preenchido os papéis em busca de asilo político em Zirndorf, campo de refugiados nas cercanias de Nuremberg, onde ainda vive. O pessoal do BND ficou interessado nele por ter dito que ajudava a dirigir um programa secreto de armas biológicas.
Devido a isso, durante um ano e meio o vigarista reuniu-se nada menos de 52 vezes com gente do BND, a quem fornecia desenhos mostrando supostos "laboratórios móveis" e outros detalhes. Ele adorava as reuniões - aos domingos, pela manhã, em "aparelhos" da espionagem. Isso porque depois era premiado com uma boa pizza, talvez por conta do contribuinte.
Só que nas conversas Alwan apenas mentia. Dizia-se perseguido no Iraque de Saddam Hussein. Era meia verdade: chegou a ser caçado pelas autoridades, mas por roubar equipamento de filmagem e vender no mercado negro em Bagdá. Outra mentira contada por ele ao BND foi que o filho do seu ex-chefe Basil Latif comandava secretamente um grupo que, da Inglaterra, contrabandeava ADM.
Anthrax, botulismo e muito mais.
A "informação" foi levada às autoridades britânicas. Elas saíram à procura do filho de Latif, mas ele só tinha 16 anos - não podia estar chefiando quadrilha daquele porte. Entrevistado ainda em 2002 por agentes ocidentais fora do Iraque, Latif avisou então que Alwan tinha sido demitido por ser ladrão. Falsificava faturas. "Acharam que eu é que estava mentindo", contou Latif agora, em Omã, onde vive hoje.
O mais fantástico é que Alwan contava histórias mirabolantes, claramente mentirosas, sobre instrumentos de produzir anthrax, toxinas de botulismo e outros agentes biológicos. Os analistas de armas da CIA e do Pentágono, sem nada que pudesse corroborar as fantasias, preferiam acreditar nele do que nas pessoas que advertiam sobre o hábito de mentir de Alwan.
O próprio George W. Bush, por exemplo, declarou com pompa e circunstância em janeiro de 2003, em sessão conjunta do Congresso: "nós sabemos que o Iraque construiu fábricas móveis de germes". Semanas depois foi a vez do então secretário de Estado Colin Powell (na foto acima, entre o diretor da CIA, George Tenet, e o embaixador John Negroponte) dizer ao mundo, no Conselho de Segurança da ONU, que suas fontes eram "sólidas", entre elas "uma testemunha ocular" (ou seja, Alwan) que "prova a existência dos laboratórios móveis".
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Tanto ele, como os "senhores" a quem serviu, são membros de gangues/quadrilhas internacionais. Um abraço. Drauzio Milagres.
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