Programas  de prevenção amenizam a queda de produtividade
decorrente das doenças típicas  de inverno
Daniela Iacobucci - CanalRH -  09/07/2008
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Para muitos o  inverno é a estação mais glamurosa do ano. Casacos de pele saem dos armários,  botas tomam conta das vitrines, enfim, as pessoas ficam mais vaidosas. E doentes  também. Doenças alérgicas como asma, faringite, rinite, e outras infecções como  sinusite, amigdalite e pneumonia apresentam grande incidência nos meses mais  frios do ano. É o que acontece, por exemplo, com André Seidel, do departamento  de Marketing da Klabin Segall. "Quando o inverno se aproxima o ar fica mais seco  e a minha rinite e sinusite pioram; sinto dores no corpo, não tenho apetite, o  poder de concentração cai e meu rendimento é afetado", conta o  profissional.
Segundo o otorrinolaringologista Renato Roithmann, presidente da  Academia Brasileira de Rinologia - ABR, todas essas doenças duplicam nos meses  mais frios. "Rinites chegam a comprometer 30% da população e se computarmos as  doenças infecciosas (resfriados, gripes e sinusites) o percentual pode chegar a  50%", ilustra Roithmann.
Apesar de crianças e idosos serem os mais atingidos  por essas doenças devido à baixa imunidade, os adultos também sofrem com o  problema. "Nos ambulatórios e serviços de pediatria o número de atendimentos  sobe até 40% no inverno; já em relação aos adultos, o aumento não é só no volume  das consultas, mas também na gravidade dos quadros clínicos, como é o caso da  pneumonia que, em idosos, pode ser fatal", explica Ricardo Tardelli,  pneumologista e coordenador de Serviços de Saúde da Secretaria de Estado da  Saúde. Outro problema bastante agravado nos dias de frio é a asma. Considerada  uma das patologias mais sérias que afetam o sistema respiratório do organismo,  ela atinge de 100 a 150 milhões de pessoas no mundo, segundo estimativas da  Organização Mundial de Saúde (OMS).
O impacto dessas  enfermidades, no entanto, não se dá apenas na vida pessoal. As doenças  respiratórias também interferem no desempenho profissional e contribuem para o  aumento dos casos de absenteísmo nas empresas. "Todos têm redução de  produtividade por causa da toxemia (prejuízo do estado geral da saúde) provocada  pelas doenças de inverno e isso motiva a falta dos profissionais a seus  trabalhos", explica Tardelli.
Paulo  Azevedo, especialista em Medicina do Trabalho pela Associação Nacional de  Medicina do Trabalho (Anamt) e coordenador de Programa de Saúde Ocupacional da  Light, no Rio de Janeiro, concorda com o colega e complementa: "As rinites  afetam a vida diária em 66% dos casos; dentre eles, 52% apresentam redução no  desempenho escolar e profissional, e 40% desses pacientes reclamam da queda de  qualidade do sono".
Com isso, diz o especialista, o funcionário se apresenta em seu  local de trabalho debilitado e tem seu rendimento comprometido. "Doenças do aparelho respiratório causam o que chamamos de  presenteísmo, ou seja, o profissional está presente ao trabalho, mas sua  produtividade sofre uma redução de 30% a 70%," explica Azevedo. Para ele,  investir em prevenção é sempre a melhor maneira de amenizar problemas como esse.  "Na Light, onde desenvolvemos um programa de promoção da saúde, os empregados  fazem exames médicos periódicos e recebem orientações para evitar as doenças e  suas, eventuais, complicações".
Assim como a Light, o Hospital Israelita Albert  Einstein apresenta iniciativas voltadas à saúde de seus funcionários. "Há  campanhas de vacinação e divulgação de informações sobre as doenças, com dicas  de prevenção por meio de folhetos, quadros de aviso e intranet", conta Luis  Gustavo Lopes, infectologista da Medicina do Trabalho do Hospital Israelita  Albert Einstein.
A construtora Klabin Segall adota uma campanha preventiva para  colaboradores ao longo do ano. "Visamos a qualidade de vida do funcionário,  incentivamos a prática de esportes para que não haja o sedentarismo, objetivando  o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal de todos", conta Flávio  Staudohar, diretor de RH da construtora. Dessa forma, acredita, as complicações  alérgicas ocasionadas pelas mudanças climáticas diminuem, já que o colaborador  está com a saúde em dia.
Os "vilões" das doenças respiratórias
Dois fatores são  apontados quando se fala em problemas respiratórios. Um deles é o  ar-condicionado, presente na maioria dos escritórios. Na opinião de Azevedo,  estes aparelhos são preparados para trazer conforto térmico, mas podem  contribuir para causar doenças se houver falhas em sua manutenção e  higienização. "Ocorrendo esse tipo de falha pode haver a proliferação de cultura  com vírus de espécie muito rara e com alta virulência acarretando pneumonias de  difícil tratamento e controle", ressalta Azevedo, citando a preocupação da Light  em manter os equipamentos regulados.
Outra questão é a  automedicação e nesse ponto, o médico Ricardo Tardelli faz um alerta: "É comum  que os pacientes cometam erros como o uso indiscriminado de antibióticos que não  são indicados para viroses ou abusem no consumo de antigripais, que contém em  sua fórmula antihistamínicos que dão sono e ácido acetil salicílico, um  irritante gástrico".
Todas essas doenças, no entanto, não se intensificam nessa época  do ano por acaso. Em decorrência da mudança brusca de temperatura, da baixa  umidade do ar e da piora da poluição, surgem com maior freqüência os processos  irritativos das vias aéreas superiores e a reativação de processos crônicos  respiratórios, como bronquites e asma.
Esses fatores  criam condição perfeita para a maior proliferação dos vírus que comprometem o  aparelho respiratório. Mas alguns cuidados podem atenuar o desconforto e evitar  as crises. Confira abaixo as dicas dos profissionais:
- Evite contato  com fatores alérgenos (agentes desencadeadores da alergia), como poeira  doméstica, pólen, pêlo de animais;
- Não deixe de  comer verduras, legumes e frutas (fontes de vitaminas, sais minerais e fibras).  Estes alimentos contribuem para uma maior sensação de saciedade;
- Mexa-se! Não  deixe a atividade física apenas para o verão. Alongue-se e faça exercícios  aeróbicos leves. Isto é importante, pois no inverno a musculatura fica mais  contraída e, conseqüentemente, mais vulnerável a lesões;
- Não esqueça da  hidratação de sua pele. No inverno temos a tendência de abusar dos banhos muito  quentes, contribuindo para retirar a oleosidade natural de pele. Após banho  morno, use e abuse de loções hidratantes;
- Mesmo que não  tenha sede, procure ingerir de 8 a 10 copos de água por dia para que seu  organismo se mantenha hidratado;
- Evite permanecer em locais fechados que tenham  agrupamentos de pessoas;
- Retire tapetes e carpetes de casa e forre colchão e  travesseiros com capa impermeável;
- Substitua  cobertores por edredons para que possam ser lavados com maior  freqüência;
- Evite o uso de gotas nasais  descongestionantes. São falsos amigos. Descongestionam o nariz em poucos  minutos, porém passadas algumas horas o problema retorna pior do que  antes.
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