Holocausto em Gaza
Eliakim Araujo - Direto da Redação - 04/01/2009
http://www.diretodaredacao.com/
Eliakim Araujo
Eliakim Araujo - Direto da Redação - 04/01/2009
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Eliakim Araujo
Enquanto a preocupação de Barack Obama neste fim de semana foi a mudança da família para um hotel em Washington, para que as filhas não percam as aulas que recomeçam nesta segunda em todo território norte-americano, e Bush permanece gozando as folgas do período de festas, bandeiras dos Estados Unidos são queimadas em vários pontos do planeta, junto com as de Israel, em protestos contra a incursão terrestre das tropas israelenses na Faixa de Gaza.
Esse vazio do poder no país que, com ou sem crise, é ainda o mais poderoso do planeta e nos demais, cujos líderes se ausentaram para comemorar as festas de fim de ano, pode ter sido estrategicamente escolhido pelo governo israelense para dar início à escalada militar contra os redutos e as lideranças do Hamas.
De Bush, nada se esperava. Em seu período à frente da Casa Branca, mostrou-se sempre a favor de soluções bélicas, como aconteceu no Iraque, mesmo que depois tenha declarado que "o maior erro de seu governo foi invadir o Iraque com base em falsas informações de seus órgãos de segurança".
De Obama, entretanto, que conquistou o coração dos americanos durante a campanha presidencial, esperava-se muito mais do que simples declarações a favor de um cessar-fogo. Mas, como prevêem alguns analistas, Obama pouco poderá fazer à frente do governo dos EUA em relação a questões que abalem o corporativismo militar e o poderio dos judeus no setor econômico-financeiro do país.
Questões históricas e religiosas à parte, o atual conflito em Gaza pode ser colocado numa equação simples. De um lado, os defensores dos ataques alegam que a Israel não restava outra alternativa que não fosse a escalada militar para interromper o lançamento dos foguetes do Hamas sobre aldeias no sul do país, mesmo que isso significasse o massacre da população civil local. De outro lado, os que são contra, e aí incluído o presidente Lula, argumentam que a reação israelense é desproporcional aos danos causados pelos foguetes do Hamas.
De fato, o artigo 51 da Carta das Nações Unidas permite o direito de autodefesa às nações que sofram ataques armados de outro país, mas essas ações devem obedecer ao princípio da proporcionalidade. Diante do dispositivo legal, perguntam os que criticam a ação israelense: será que o uso de uma máquina de guerra que conta com os mais modernos tanques, infantaria e artilharia, contra a população desarmada e miserável da Faixa de Gaza é proporcional à agressão dos foguetes do Hamas?
Depois de sete dias de bombardeio aéreo e dois de ataque por terra, que já deixaram cerca de 500 mortos, a maioria inocente, vítimas do caos instalado na região, não se vê aparentemente uma solução imediata para o conflito. A ONU fracassou mais uma vez em sua missão de gerenciar as divergências entre nações. O máximo que fez seu Secretário-Geral, Ban Ki-moon, foi manifestar sua "indignação".
Neste domingo, líderes mundiais de nações como Grã-Bretanha, França, Rússia e EUA começaram a se movimentar em busca de um cessar-fogo, enquanto crescem em todo mundo, inclusive nos Estados Unidos, manifestações contra a ação israelense, onde se lêem cartazes com inscrições do tipo: "Holocausto em Gaza", "Genocídio em Gaza" e "Parem com o massacre em Gaza".
O cessar-fogo pode ser assinado e o massacre interrompido. Mas até quando?
Quero deixar bem claro que, antes que me acusem, eu pessoalmente não tenho nada contra Israel, e muito menos contra os Judeus, mas fico extremamente revoltado contra essas ações covardes e desmedidas que os governantes e os militares israelenses estão fazendo contra a população civil da Palestina/Gaza. Nada se justifica. Tudo é puro interesse político/eleitoreiro e da indústria bélica. É uma pena que a ONU esteja totalmente desacreditada para fazer alguma coisa. Espero que um dia esses políticos e militares israelenses venham a ser julgados pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por Crimes Contra a Humanidade. Essas ações belicistas de Israel ainda causará muita dor e sofrimento aos judeus no mundo todo, e que por isso, sejam julgados pelo seu próprio povo. Um abraço. Drauzio Milagres.
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