Neurônios humanos criados em laboratório
têm o potencial de tratar diversas doenças incuráveis
Hypescience - Ana Cláudia Cichon - 12/05/2013
http://hypescience.com/neuronios-humanos-criados-em-laboratorio-tem-o-potencial-de-tratar-diversas-doencas-incuraveis/
têm o potencial de tratar diversas doenças incuráveis
Hypescience - Ana Cláudia Cichon - 12/05/2013
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Pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco (EUA) desenvolveram um modelo de células cerebrais que pode auxiliar no tratamento de doenças como Parkinson, epilepsia, Alzheimer, lesões na medula espinhal e dores crônicas.
Os testes foram feitos transplantando estas células para cérebros de ratos, e o resultado foi bastante positivo, pois elas se desenvolveram perfeitamente.
“Achamos que este tipo de célula pode ser útil no tratamento de vários tipos de doenças do sistema neurológico e também em doenças neurodegenerativas de forma orientada”, disse Arnold Kriegstein, coautor da pesquisa.
Os cientistas geraram e transplantaram um tipo de célula nervosa humana chamada Eminência Ganglionar Medial (MGE), que teve um desenvolvimento no cérebro dos ratos que imita o que ocorre no cérebro humano.
Kriegstein vê estas células como uma potencial forma de tratamento para melhorar o controle do sistema nervoso em alguns casos de doenças neurológicas. Ao contrário de outras células neurais que podem formar outros tipos de células – e que acabam sendo menos controláveis – as MGE estão restritas a formarem um tipo de célula chamada de interneurônio, que se integra ao cérebro e proporciona uma inibição controlada, auxiliando a equilibrar a atividade dos circuitos nervosos.
Para gerar as células MGE no laboratório, os pesquisadores diferenciaram células-tronco pluripotentes humanas: tanto células-tronco embrionárias quanto células-tronco pluripotentes induzidas, derivadas da pele humana. Estes dois tipos de células estaminais têm potencial para se transformarem em praticamente qualquer tipo de célula humana. Quando transplantadas para ratos que não rejeitam tecido humano, as células MGE humanas se integraram ao cérebro através da formação de ligações com as células nervosas destes roedores, e amadureceram de forma especializada, formando subtipos de interneurônios.
“Estes resultados podem servir como um modelo para estudar doenças humanas com mau funcionamento de interneurônios”, diz Kriegstein. Ele também ressalta que o método dos pesquisadores pode ser usado para gerar uma quantidade suficiente de células MGE humanas para lançar potenciais ensaios clínicos futuros.
Junto a Kriegstein na pesquisa, Cory Nicholas, acadêmico de pós-doutorado da universidade, utilizou fatores-chave de crescimento e outras moléculas para dirigir a derivação e a maturação dos interneurônios. Ele cronometrou o fornecimento desses fatores para moldar seu caminho de desenvolvimento e confirmou a sua progressão. Outro pesquisador, Jiadong Chen, utilizou medições elétricas para estudar cuidadosamente as propriedades fisiológicas dos interneurônios, bem como a formação de sinapses entre os neurônios. Anteriormente, os pesquisadores liderados por Allan Basbaum utilizaram células MGE transplantadas de ratos na medula espinhal dos roedores, para reduzir a dor neuropática. Um uso surpreendente, por ser fora do cérebro. Os pesquisadores agora estão explorando o uso destas células no tratamento de doenças como Parkinson e epilepsia.
“A esperança é que possamos utilizar essas células para vários lugares dentro do sistema nervoso, e que elas se integrem e proporcionem a inibição regulada”, disse Nicholas.
Os pesquisadores também pretendem desenvolver células MGE a partir de células-tronco pluripotentes induzidas derivadas de células da pele de pessoas com autismo, epilepsia, esquizofrenia e doença de Alzheimer.
Um mistério e um desafio tanto para o estudo clínico de células MGE em humanos é que elas se desenvolvem em um ritmo lento (ainda mais lento do que em ratos). Em camundongos em rápido desenvolvimento, as células MGE levam de sete a nove meses para formar subtipos de interneurônio que normalmente estão presentes perto do nascimento. “Se pudéssemos acelerar o relógio em células humanas, então isso seria muito encorajador para várias aplicações”, disse Kriegstein.
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