Apaixonar-se leva 0,2 segundo e tem mesmo efeito que cocaína
Redação do Diário da Saúde - 26/10/2010
http://www.diariodasaude.com.br/
O estudo revelou que apaixonar-se pode provocar o mesmo sentimento de euforia que é causado pelo uso de cocaína, e também afeta áreas intelectuais do cérebro. [Imagem: Josh Engwerda/Divulgação]
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O estudo revelou que apaixonar-se pode provocar o mesmo sentimento de euforia que é causado pelo uso de cocaína, e também afeta áreas intelectuais do cérebro. [Imagem: Josh Engwerda/Divulgação]
Amor científico
Apaixonar-se pode ser mais científico do que você pensa, segundo uma pesquisa realizada pela Dra Stephanie Ortigue, da Universidade de Syracuse, nos Estados Unidos.
O estudo, uma revisão dos trabalhos anteriores sobre o amor, revelou que apaixonar-se pode provocar o mesmo sentimento de euforia que é causado pelo uso de cocaína, e também afeta áreas intelectuais do cérebro.
Os pesquisadores também descobriram que apaixonar-se é de uma rapidez estonteante: leva cerca de um quinto de segundo - isto mesmo, 0,2 segundo - para que uma pessoa fique irremediavelmente viciada no amor.
Os resultados do estudo foram publicados na revista Journal of Sexual Medicine.
Doente de amor
Os resultados obtidos pela equipe da Dra Ortigue revelam que, quando uma pessoa se apaixona, 12 áreas do cérebro trabalham em conjunto para liberar químicos indutores de euforia, como dopamina, ocitocina e adrenalina.
O sentimento de amor também afeta funções cognitivas sofisticadas, tais como a representação mental, as metáforas e a imagem corporal.
Os resultados têm implicações importantes para a neurociência e para a pesquisa em saúde mental porque, quando o amor não é correspondido, ele pode se tornar uma causa significativa de estresse emocional e depressão.
Ao identificar as partes do cérebro estimuladas pelo amor, os médicos e terapeutas poderão entender melhor as dores dos pacientes doentes de amor.
O amor está no coração ou no cérebro
Os resultados levantam a questão: "Será que é mesmo o coração, ou seria o cérebro, que se apaixona?"
"Esta é sempre uma questão complicada", diz Ortigue. "Eu diria que é o cérebro, mas o coração também está relacionado porque o complexo conceito de amor é formado por ambos os processos - do cérebro para o coração e vice-versa.
"Por exemplo, a ativação em algumas partes do cérebro pode gerar estímulos para o coração e frio na barriga. Alguns sintomas às vezes nós sentimos como uma manifestação do coração, noutras parece ser proveniente do cérebro", diz a pesquisadora.
Outros pesquisadores também descobriram uma elevação dos níveis do fator de crescimento neural, ou NGF, na corrente sanguínea. Esses níveis foram significativamente maiores nos casais que tinham acabado de se apaixonar.
Esta molécula desempenha um papel importante na química social dos seres humanos, como no fenômeno do "amor à primeira vista".
"Estes resultados confirmam que o amor tem uma base científica", diz Ortigue.
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