Participe fazendo seus comentários e dando suas opiniões. Um abraço. Drauzio Milagres.
Total de visualizações desta página.
Translate - Google Tradutor
segunda-feira, 18 de maio de 2015
Saúde da Mulher - Auto-Exame de Mama - Um Assunto Sempre Atual
Postado por
Drauzio Milagres
às
01:05
9
Comentários:
Marcadores: auto-exame, auto-exame de mama, câncer, câncer de mama, mama, prevenção, prevenção de doenças, prevenção do câncer, saúde, saúde da mulher
domingo, 14 de setembro de 2008
Metástases mais rápidas - Novas estratégias de tratamento e de diagnóstico precoce para a prevenção do câncer?
Riad Younes - Revista Carta Capital nº 512 de 10/09/2008
http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=6&i=2007
Durante décadas, os oncologistas acreditaram que um tumor maligno progride de forma gradual. Que ao alcançar um determinado volume, as células cancerosas começam a se soltar do tumor primário, entram na corrente sanguínea ou linfática e se espalham pelo corpo. Essa teoria está na base, no fundamento da prática de recomendar exames periódicos para detectar precocemente um tumor maligno. Se diagnosticado em volumes reduzidos, as chances de cura são excelentes e a probabilidade de as células se disseminarem é mínima.
Um estudo realizado por pesquisadores do hospital de câncer Memorial Sloan-Kettering, em Nova York, porém, deverá mudar os conceitos acima. Os resultados da pesquisa acabam de ser publicados na revista Science. Liderados por Katrina Podsypanina, os cientistas conseguiram modificar células mamárias experimentais de forma a impedi-las de demonstrar qualquer potencial maligno até o comando do próprio pesquisador. A célula ficaria dormente até receber a "ordem" de deflagrar o funcionamento de genes do câncer, chamados de oncogenes. Em laboratório, eles injetaram os camundongos com essas células mamárias modificadas e observaram os animais durante várias semanas. Ao sacrificá-los, encontraram células mamárias alojadas nos pulmões, mesmo sem terem deflagrado o funcionamento de oncogenes.
Dado o comando apropriado pelo pesquisador, essas células começaram a se dividir e a produzir tumores em cada local onde se encontravam. Esses resultados são espantosos, pois apontam para a possibilidade mais comum de a disseminação das células tumorais pelo corpo ocorrer muito mais cedo do que os oncologistas pensavam. Talvez, possivelmente, nas fases muito iniciais da formação do câncer.
Os resultados levam a crer que as células ficariam "adormecidas" até receberem um sinal específico para começar a se dividir e a produzir tumores. Isso poderia explicar por que alguns pacientes apresentam metástases (tumores secundários) muitos anos após o tratamento eficaz de um tumor primário, muitas vezes encontrado e tratado ainda na fase precoce. Mais ainda, esses dados novos sugerem que as metástases poderiam surgir de células aparentemente normais. Outros estudos estão sendo realizados para confirmar a hipótese. Se essas observações forem corretas, os oncologistas terão de repensar de uma forma totalmente inovadora suas estratégias de tratamento, de diagnóstico precoce e de prevenção do câncer.
Postado por
Drauzio Milagres
às
22:43
0
Comentários:
Marcadores: câncer, células cancerosas, diagnóstico precoce, Memorial Sloan-Kettering, metástases, oncogenes, prevenção do câncer, tumor, tumor maligno, tumor primário, tumor secundário
domingo, 27 de janeiro de 2008
A Fragilidade do Homem
André Fontenelle, Cristiane Segatto e Sezane Frutuoso
Fotos - Michael Marlin, André Valentin, Frederic Jean e Márcia Lourenção
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG81341-8055-506,00.html
chama a atenção para o preconceito que dificulta a prevenção desse tipo de doença.

A descoberta precoce - e acidental - do câncer provavelmente salvou sua vida.
Nenê, de 25 anos, cujo nome completo é Maybyner Rodney Hilário (o "Maybyner" é uma seqüência de letras aleatórias escolhidas pelos pais), é um dos atletas brasileiros mais bem pagos. Descoberto por um olheiro da NBA em 2001, quando disputava um torneio pela seleção brasileira, Nenê chegou a Denver em 2002. Seu potencial até hoje não foi totalmente realizado, em parte devido a seguidas lesões. Mesmo assim, em 2006, ele assinou um contrato de seis anos e US$ 60 milhões com o Denver.
Nos últimos anos, o nome de Nenê tem sido presença constante na lista de jogadores machucados da NBA, mas desta vez o tom da nota indicava um problema bem mais grave. Um comunicado com declarações de Nenê só atiçou a boataria. "Estou bastante chateado porque terei de adiar minha estadia com o time para cuidar da minha saúde. É difícil seguir em frente quando as coisas parecem ir tão bem... Quero voltar à quadra o mais rápido possível para ajudar meus companheiros. Eu e minha família pedimos respeito a nossa privacidade", dizia Nenê.
Fãs de basquete começaram a discutir o caso nos fóruns da internet. Falou-se em aids, aneurisma e câncer. Alguns mataram a charada de imediato - era um tumor testicular -, mas a notícia só foi confirmada na terça-feira 15. O "respeito à privacidade" pedido por Nenê seria devido a um mal tão perigoso quanto o câncer - a vergonha. Milhares de casos de câncer em homens, no pênis, nos testículos ou na próstata, deixam de ser detectados e tratados no estágio inicial, quando a chance de cura é mais alta, devido ao preconceito. "A prevenção só vai se disseminar se os homens que tiverem a doença contarem e aconselharem", diz o jornalista Leão Serva, um sobrevivente de câncer de testículo (leia seu depoimento mais abaixo).
Nenê teve sorte, pois seu tumor foi detectado em estágio inicial. Foi informado do problema dois dias antes do anúncio na internet. Um exame antidoping de rotina, feito por seu time, havia detectado a presença anormal do hormônio beta-hCG na urina do jogador. Em mulheres, o hCG é um indicador de gravidez; em homens, é um forte marcador da presença de um tumor.




A chance de cura quando o tumor está restrito à próstata é superior a 80%. Quando a doença já invadiu outras estruturas, porém, a cura é muito difícil. O executivo carioca Roberto Ian Boggis, de 56 anos, agiu rápido. Assim que os exames revelaram um tumor de 3 milímetros, ele decidiu submeter-se à extração da próstata. A recuperação não foi fácil. Boggis teve de fazer fisioterapia para evitar a incontinência urinária. "Imagine o que é isso para a auto-estima de um homem", diz. Boggis afirma que hoje está recuperado e a vida sexual voltou ao normal. "Não ejaculo, mas não ligo. Agora também posso fingir orgasmo", diz, brincalhão. Assumir que o corpo não vai bem e superar a vergonha de ir ao médico é fundamental para que os homens possam viver mais e melhor.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG81365-5856-506,00.htm

- Se você puder e sentir, diga a verdade. Falar sobre o assunto tem uma função didática.
O câncer de testículo é um tabu no Brasil. É até natural: quando pequeno, há uns 40 anos, as pessoas não falavam nem mesmo os nomes das doenças mais graves. Diziam "TB", para tuberculose; "CA", para câncer. Mas em um mundo tão mudado, em que mulheres mostram como apalpar os seios, no auto-exame, em horário nobre da TV, não há como negar que o câncer de testículo padeça de um efeito machista, típico de sociedades latinas.
Eu tive muita sorte: ao morar por um tempo na Inglaterra, fomos instruídos pelo médico de família sobre cuidados gerais com a saúde. Minha mulher recebeu material sobre câncer no seio; eu, sobre câncer de testículo. Até então, já com mais de trinta anos, nunca tinha ouvido dessa doença.
Um dia, aos 44 anos, detectei uma coisa muito estranha, um testículo duro, não diria dolorido mas incômodo.
Não tenho dúvida de que o diagnóstico é facílimo, pois o urologista que me examinou levou menos de 30 segundos para dizer que devia ser câncer, que iria fazer pedir um ultrassom só para rechecar e afastar outras possibilidades, que mesmo assim achava "improvável". O médico de ultrassom, ao ver a imagem na tela, também não teve qualquer dúvida, só por cuidado ético me disse que quem diria com certeza o diagnóstico seria o urologista.
Ainda assim tive uma reação defensiva quando o urologista me ligou para dizer que era um câncer, que não tinha dúvida e que eu deveria me internar naquela mesma noite para retirar o testículo no dia seguinte.
Pedi para postergar tudo, tinha que deglutir toda a história. Ao que ele me disse: "A cirurgia é muito simples e controlada. Mas o câncer dobra de tamanho a cada semana. E faz uma semana que você o encontrou".
Não fui naquela noite, mas no dia seguinte, já resignado em perder um testículo e morrendo de medo da biópsia "a céu aberto" que é feita no outro, durante a cirurgia. Se detectado um traço de câncer, o outro também seria retirado. Eu acordaria, simplesmente, sem testículos...
Mas por sorte isso não aconteceu.
Levei quase um mês para voltar a andar normalmente. Por muito tempo ainda sentia que tinha tomado "uma bolada no saco". O abdome dói e a consciência treme: há muitos fantasmas associados ao câncer, ao câncer de testículo: a) a doença vai voltar? b) vou ficar impotente? c) vou ficar estéril? d) se a doença voltar, vou morrer? e) vou ter uma metástase? f) vou voltar a correr? g) a doença pode dar no outro testículo?
E a pior de todas as dúvidas: porque tive câncer? Foi castigo; tratei mal de minha saúde?
Para todos os fantasmas há respostas que acalmam mais os outros do que as vítimas. Mas em resumo: trata-se de uma doença muito letal no passado, que passou a ser curável por uma quimioterapia à base de prata descoberta poucas décadas atrás. Hoje só morre dessa doença quem a descobrir muito tarde. O tratamento com quimioterapia pode gerar esterilidade, mas não a impotência e certamente cura quase a totalidade dos casos de metástase. A chance de reincidência é relativamente maior dependendo do momento em que o câncer for descoberto: o americano Lance Armstrong, um dos maiores atletas da atualidade, só descobriu o seu quando já tinha metástase no pulmão e no cérebro. Mesmo assim, está vivo, saudável e ganhou 7 vezes a Volta da França, a maior prova de ciclismo do mundo. O câncer de um testículo não evolui para o outro; a possibilidade de ele contaminar outras áreas do corpo, nos casos muito graves, segue um roteiro exato: primeiro o abdome; depois o pulmão e só então o cérebro. Um médico catedrático da USP, já aposentado, me disse que em sua longa carreira nunca viu um ponto de metástase "pular" a ordem e nem soube de registros médicos dessa ocorrência.
E por que surgiu um câncer? Ninguém sabe dizer ao certo.
Em seu livro "It´s not about the bike" (não é sobre bicicleta) sobre sua luta contra o câncer, Armstrong conta uma passagem que talvez explique um possível constrangimento de um jovem como Nenê diante de um câncer de testículo. É quando sua namorada comenta com um ex que está namorando Armstrong, vítima da doença. O outro homem diz a ela que está amando um "meio homem" (Armstrong pensa em ir bater no outro, mas se conteve).
O estigma de "meia masculinidade" é uma bobagem. Basta lembrar aquela aula de ginásio em que aprendemos que todos os órgãos duplos do corpo são capazes de dar conta do serviço completo. Se um rim não funciona, o outro dá conta do recado. O mesmo vale para o pulmão, para a vista, o ouvido e, também para as funções hormonais e reprodutivas do testículo. Mesmo em um raríssimo caso de pessoa que tenha tido que retirar os dois, a reposição hormonal permite uma vida sexual normal.
O grande problema da doença no Brasil em relação aos países do chamado Primeiro Mundo é realmente a prevenção, o diagnóstico precoce. Que só vai se disseminar se os homens que tiverem a doença contarem e aconselharem. Daí porque meu médico ter pedido que eu usasse da palavra para falar as outros homens. Como também deve ter pedido o médico de Lance Armstrong (que criou uma fundação), de Luis Gushiken e de tantos outros homens em todo o mundo.
Postado por
Drauzio Milagres
às
15:11
1 Comentários:
Marcadores: câncer, câncer de testículo, câncer em homens, Denver Nuggets, masculinidade, Maybyner, Nenê, Nenê Hilário, pênis, preconceito, prevenção do câncer, próstata, testículos, tumor, tumor testicular