Participe fazendo seus comentários e dando suas opiniões. Um abraço. Drauzio Milagres.
Total de visualizações desta página.
Translate - Google Tradutor
quarta-feira, 13 de maio de 2015
Não sou descendente de escravos... Eu descendo de seres humanos...
Postado por
Drauzio Milagres
às
05:05
8
Comentários:
Marcadores: descendente de escravos, escravidão, escravos, eu descendo de seres humanos, Makota Valdina, raça negra, racismo, seres humanos que foram escravizados
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Liberdade de expressão nunca significou, nem nunca significará, dizer qualquer coisa de qualquer forma
"(...) todo racista hoje em dia clama pela liberdade de expressão, pelo direito de 'expressar sua opinião'. Mas racismo e preconceito não são opiniões, são crimes".
Palavras e Metralhadoras
Carta Capital - Vladimir Safatle - 23/01/2015
http://www.cartacapital.com.br/revista/833/palavras-e-metralhadoras-9110.html
Desde o atentado ao periódico Charlie Hebdo, sobe à cena mais uma vez o debate sobre a liberdade de expressão e seus possíveis limites. Se os lados envolvidos não tivessem, muitas vezes, um comportamento tão canino e pouco generoso, poderíamos ter enfim uma discussão necessária sobre crítica, palavra e violência em nossas sociedades. Pois há de se admitir que existem bons argumentos dos dois lados, sejam daqueles que defendem de forma absoluta as ações do jornal, sejam daqueles que as criticam. Mas, enquanto enxergarmos, em um lado, apenas racistas que não perdem uma oportunidade para alimentar a islamofobia e o ódio aos imigrantes e, em outro, apenas esquerdistas dispostos às piores alianças para continuar sua cruzada contra os valores liberais, continuaremos a ignorar o tipo de discussão que deveríamos ter após o atentado, isto se quisermos estancar a rede de causas que alimentam a violência do extremismo religioso.
Diria inicialmente que o melhor argumento apresentado pelos que defendem as charges de Charlie Hebdo e a violência nelas contida é: não devemos regredir no tempo e criar uma lei contra a blasfêmia. A percepção é correta, pois religião não é apenas uma questão de crença, mas de instituições que têm peso político decisivo em nossas sociedades. Católicos, evangélicos, muçulmanos, judeus, todos procuram interferir, de acordo com suas forças sociais, no ordenamento jurídico de nossas sociedades a partir de estratégias variadas. Impedir que tais instituições sejam criticadas por meio das armas da ironia seria de fato um equívoco brutal. Afirmar que não se deve ironizar o que grupos sociais relevantes consideram como "sagrado" seria bloquear uma dimensão essencial do pensamento crítico. Seria difícil entender por que não censurar do mesmo modo os livros de Nietzsche nos quais ele insiste na "morte de Deus" ou A vida de Brian, do Monty Python.
Há, porém, uma outra dimensão do problema com as charges do Charlie Hebdo que normalmente não é levada em conta por seus defensores. Liberdade de expressão nunca significou, nem nunca significará, dizer qualquer coisa de qualquer forma. Se alguém ironizar os negros como intelectualmente inferiores, tripudiar das mulheres com enunciados machistas que expressam a história de sua sujeição, fazer chacota dos judeus baseado nos velhos preconceitos que alimentam milenarmente o antissemitismo, espera-se que o Estado impeça a circulação de tal violência. Certos enunciados trazem uma história amarga de violência, humilhação social e preconceito contra grupos mais vulneráveis. Não por outra razão, todo racista hoje em dia clama pela liberdade de expressão, pelo direito de "expressar sua opinião". Mas racismo e preconceito não são opiniões, são crimes.
Há, portanto, o direito de perguntar se várias das charges publicadas pelo Charlie Hebdo não eram simplesmente preconceituosas e profundamente violentas em relação à parcela da população francesa (os magrebinos e descendentes de árabes, majoritariamente muçulmanos), atualmente a mais miserável, discriminada e sem representação social. Parcela que ainda carrega o sentimento da humilhação colonial, com seu sistema perverso de redução da cultura do colonizado (religião inclusa) ao arcaísmo ou ao exotismo. Não é possível ignorar: quem fala em muçulmanos fala da população árabe das periferias. Não é possível esquecer também que quando um francês ironiza um árabe muçulmano continua a ser um colonizador a ironizar um colonizado.
Poderia lembrar de várias charges que deixaram de ser apenas expressão de ironia blasfema para ser simplesmente violência social. Em sua edição número 1.099 lê-se na capa do Hebdo a frase "Massacre no Egito: O Alcorão é uma merda, ele não para as balas" e o desenho de um egípcio a sangrar com o livro na frente crivado de balas. Naquela semana, 500 simpatizantes da Irmandade Muçulmana, que não tem nada a ver com os jihadistas internacionais e salafistas e há muito abandonou o terrorismo, foram massacrados pelo Exército. Não é necessário ser um ph.D. em semiologia para perceber a mensagem: não há solidariedade possível com muçulmanos envolvidos na política. Nega-se ali até o fato de não ser necessário simpatizar com os muçulmanos para se indignar com massacres militares covardes. Se 500 militantes da TFP fossem massacrados pelo Exército Brasileiro, não seria possível transformar o fato em piada. Por que nada disso chocou o governo francês? Respondê-la seria uma maneira de começar a pensar no que podemos fazer para que atentados dementes como este não se repitam.
Postado por
Drauzio Milagres
às
15:32
0
Comentários:
Marcadores: Charlie Hebdo, crime, extremismo religioso, islamofobia, liberdade de expressão, ódio aos imigrantes, preconceito, racismo, violência
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Sem Preconceito - Excelente Campanha Vinculada na Espanha
Vejam esse excelente cartaz que está sendo vinculado na Espanha!
Ele está circulando pelo mundo todo (já está traduzido para o português).
Inteligente, direto e objetivo.
Muito bom para fazer as pessoas pensarem sobre seus odiosos preconceitos,
sejam eles quais forem.
(clique duas vezes na imagem para vê-la ampliada)
* * * * * * * * * * * * * * * *
Entre no Blogger "O Mundo No Seu Dia-a-Dia" e faça seus comentários.
Atenção:
Não mostre para os outros o endereço eletrônico de seus amigos.
Retire todos os endereços dos amigos antes de reenviar.
Não use o campo "Cc" (com cópia)! Use sempre o campo "Cco" (cópia oculta) ou "Bc" (BlindCopy).
Dificulte o aumento de vírus, spams e banners.
Participe desta campanha, incluindo o texto acima em suas mensagens.
* * * * * * * * * * * * * * * *
Postado por
Drauzio Milagres
às
06:23
6
Comentários:
Marcadores: preconceito, racismo
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Fim da era Bush e eleição em Israel: Uma das faces obscenas do massacre
Michael Warschawski - Agência Carta Maior - 31/12/2008
Tradução de Luís Leiria - Esquerda.Net
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15454
O ataque a Gaza é uma tentativa de última hora de mudar as relações de forças no Médio Oriente, antes do fim da era Bush, nos EUA. E tem uma dimensão obscena: as centenas de vítimas dos bombardeios são vítimas colaterais da campanha eleitoral em Israel.Para aumentar o seu apoio popular antes das eleições, todos os líderes israelenses estão competindo para ver quem é o mais duro e quem está disposto a matar mais. A análise é de Michael Warschawski.
"A morte de uma única vítima israelense justifica o assassinato de centenas de palestinos. Uma vida israelense vale uma centena de vidas palestinas. É isto que o Estado de Israel e os meios de comunicação mundiais mais ou menos descuidadamente repetem, com questionamentos marginais. E esta alegação, que acompanhou e justificou a mais longa ocupação de territórios estrangeiros da história do século XX, é visceralmente racista. Que o povo judeu aceite isto, que o mundo concorde, que os palestinos se submetam - esta é uma história de piadas irônicas. Ninguém acha graça..." John Berger.
Enquanto o mundo inteiro está em choque diante das terríveis imagens emitidas de Gaza, a opinião pública israelense apóia maciçamente a sangrenta ofensiva de Barak-Olmert. Isto inclui o Meretz, a oposição de esquerda parlamentar. Apesar de ter manifestado preocupação pelas mortes de civis, o líder do Meretz, Haim Oron, numa entrevista à televisão israelense, aderiu aos argumentos da propaganda oficial, responsabilizando o Hamas pelo banho de sangue. Um discurso mistificador como este está sendo copiado pela maioria dos líderes do mundo ocidental, com o Ministro dos Negócios Estrangeiros de França superando até a Secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice. Vamos colocar os fatos em sua devida ordem:
Gaza está sendo alvejada pelo exército israelense desde a vitória do Hamas, e o cerco imposto sobre mais de 1,5 milhão de civis - por Israel, mas também pela chamada comunidade internacional - é em si um ato de violência e um crime de guerra;
O ataque israelense é uma agressão planejada: de acordo com as notícias vindas de Israel, Ehud Barak planejou o ataque a Gaza já em agosto;
Os foguetes lançados sobre cidades de Israel foram uma retaliação a agressões militares israelitas anteriores, e não foram lançados pelo Hamas, mas sim pela pequena organização Jihad Islâmica;
O ataque a Gaza é parte integral da guerra santa neo-conservadora contra o mundo islâmico, e a administração neo-conservadora cessante dos EUA, assim como o Egito e outros regimes reacionários árabes, instaram as autoridades israelenses a desencadear a ofensiva antes de Obama entrar na Casa Branca;
A intenção declarada de Barack Obama de abrir conversações com a República Islâmica do Irã é uma das principais preocupações das administrações cessantes em Tel Aviv e Washington, e a ofensiva contra Gaza é uma tentativa de provocar uma reação iraniana que permita a retaliação israelense e dos EUA. Nos últimos dias, o vice-ministro da Defesa israelense, Ephraim Sneh, bem conhecido pela sua obsessão anti-iraniana, vinculou sistematicamente os foguetes do Hamas (sic) ao Irã, sem, evidentemente, apresentar quaisquer provas.
Esta estratégia geral, baseada na mistificação do "choque de civilizações" e na guerra global contra o Islã, é partilhada por todos os partidos políticos sionistas de Israel e explica o apoio do Meretz à atual agressão.
Apesar de não ser de esperar uma mudança rápida da política norte-americana no Ocidente asiático, os líderes israelitas e os seus patrocinadores neo-cons em Washington estão preocupados pela mudança na administração norte-americana, e temem que uma nova estratégia possa quebrar a guerra global "preventiva". O ataque a Gaza é uma tentativa de última hora de mudar as relações de forças no Médio Oriente, antes do fim da era neo-conservadora.
E, antes de concluir, não esqueçamos a dimensão obscena: as centenas de vítimas dos bombardeios sobre Gaza são vítimas colaterais da campanha eleitoral israelense. Para aumentar o seu apoio popular antes das eleições, todos os líderes israelenses estão competindo para ver quem é o mais duro e quem está disposto a matar mais. Ehud Barak, contudo, tem uma memória muito curta, e Shimon Peres pode recordar-lhe que este cálculo cínico não é necessariamente o melhor: o massacre de Qana, que, supostamente, deu a vitória a Shimon Peres, teve como consequência que centenas de milhares de cidadãos palestinos virassem as costas ao Partido Trabalhista.
Apesar da sua brutalidade, contudo, Ehud Barak permanece um dos mais populares líderes na arena israelense, e os milhares de manifestantes que saíram às ruas ontem, quase sem convocação, protestando contra o massacre, podem indicar que todos os que estão por trás dele, incluindo o Meretz, não vão receber os seus votos. É previsível que o repúdio internacional e o relativamente amplo sentimento anti-guerra entre os eleitores force o Meretz, uma vez mais, a mudar de posição. Deviam, porém, lembrar-se da antiga verdade que os eleitores preferem sempre o original: quando o Meretz sanciona a estratégia de guerra e as mentiras de Netanyahu, os eleitores vão preferir votar em Netanyahu em vez de na sua pálida e sensaborona cópia.
Michael Warschawski, Centro de Informação Alternativa - Ativista de esquerda israelense, diretor do Centro de Informação Alternativa de Jerusalém.
Postado por
Drauzio Milagres
às
08:53
3
Comentários:
Marcadores: Bush, crime hediondo, crimes contra a humanidade, EUA, Gaza, genocídio, Hamas, Israel, judeu, massacre, Palestina, povo palestino, racismo