Médicos conseguem tratar cegueira com o transplante de células-tronco
Jornal da Ciência nº 3917 - SBPC - 23/12/2009
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=68105
Paciente que havia perdido a visão de um olho voltou a enxergar bem.
Jornal da Ciência nº 3917 - SBPC - 23/12/2009
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=68105
Paciente que havia perdido a visão de um olho voltou a enxergar bem.
Cientistas do Instituto de Células-Tronco do Nordeste da Inglaterra recuperaram a visão de um homem cego de um olho num incidente. A técnica abre caminho para a recuperação de pacientes com cegueira parcial ou total, a partir do transplante de células-tronco do próprio paciente.
O estudo foi publicado na revista "Stem Cells." Russell Turnbull, de 38 anos, havia perdido a capacidade de enxergar em 1994, depois que o seu olho direito foi atingido por amônia, enquanto ele tentava separar uma briga dentro do ônibus no qual viajava.
A substância feriu gravemente a sua córnea - parte anterior, transparente e de curvatura acentuada, na porção anterior do globo ocular -, destruindo as células-tronco que normalmente mantêm a estrutura saudável.
Na pesquisa, células-tronco foram retiradas do olho saudável de Turnbull e expandidas numa camada ou membrana de tecido amniótico, o mesmo que sustenta o útero na gestação e usado como enxerto em queimaduras. Depois, a córnea destruída foi retirada e recebeu o material - no caso do paciente, um pedaço do tamanho de um selo postal foi transplantado. Com a nova oferta de células-tronco saudáveis, a córnea se recuperou em pouco tempo.
A técnica evita a necessidade de usar drogas para suprimir a imunidade do paciente e reduz as chances de rejeição às células implantadas. É, também, o primeiro procedimento no mundo que não aplicou produtos de origem animal para ajudar a crescer as células-tronco no laboratório.
Testes seis meses após a cirurgia mostraram que a visão de Turnbull ficou tão boa quanto antes do ataque: - Eu tive muita raiva por muito tempo. Perdi até o meu emprego por causa da agressão. Também tive que parar de praticar esportes. O agressor arruinou a minha vida e enfrentei um momento muito difícil. Mas, então, esse tratamento apareceu.
Turnbull contou que sentia uma dor insuportável, mesmo com o olho fechado. Ele passou duas semanas internado, antes de conseguir abrir as pálpebras novamente.
- Era como olhar através de acrílico riscado. Eu sentia dores sempre que piscava ou via luzes brilhantes - diz.
Ele ficou com um problema chamado deficiência limbar (LSCD, na sigla em inglês), doença que prejudica gravemente a visão.
Melhora foi percebida em cerca de um mês. Segundo o paciente, ele sentiu alívio da dor rapidamente, e em menos de um mês já enxergava melhor, inclusive detalhes. A equipe liderada por Majlinda Lako e Francisco Figueiredo tratou mais sete pacientes com o mesmo problema. Alguns deles recuperaram totalmente a visão, enquanto outros, com danos mais sérios, apresentaram melhora limitada.
- Estima-se que a opacidade da córnea é responsável por cegueira em oito milhões de pessoas em todo mundo a cada ano. Muitas delas associadas à LSCD - diz Figueiredo. - O tratamento com as células-tronco é uma opção para a cura total, não apenas o alívio dos sintomas.
Há um novo estudo com um grupo de 24 pacientes, com apoio do Medical Research Council, no Reino Unido. (O Globo, 23/12).
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