Ambiente Sustentável
Agência Fapesp  - 17/10/2007 - Murilo Alves Pereira
 Do tomate servido na salada no almoço ao tráfego intenso das grandes metrópoles, a questão da sustentabilidade está sempre presente. O tema foi debatido por especialistas na conferência "Cidades sustentáveis", durante o 2º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, realizado em Porto Alegre na semana passada.
Segundo o engenheiro  civil Miguel Aloysio Sattler, professor da Universidade Federal do Rio Grande do  Sul (UFRG, os países deveriam começar a planejar as cidades do futuro. "Em 50  anos, a população será maior e os recursos mais escassos, por isso a cidade  sustentável já deve ser pensada", disse à Agência FAPESP.
 Para ele, a tendência  é que os serviços urbanos sejam cada vez mais pontuais. Um edifício sustentável,  por exemplo, deverá reciclar a água da chuva, utilizar painéis solares para  aquecer a água ou fazer o próprio tratamento do esgoto. "As cidades deverão  produzir seu próprio alimento para evitar gastos energéticos",  disse.
 Sattler citou o  trabalho do pesquisador David Orr, do Oberlin College, nos Estados Unidos, que  mediu os gastos de energia na alimentação humana naquele país. Segundo o estudo,  na era pré-industrial um camponês consumia 1 caloria para produzir 50 calorias  em alimentos. Hoje, para cada caloria produzida pela agricultura são gastas 17.  Hoje, o alimento viaja em média 2,5 mil quilômetros antes de ser  consumido.
 Salvas as proporções,  é o que também ocorre no Brasil. "O tomate que consumimos em Porto Alegre é  produzido em Santa Catarina, mas viaja antes para São Paulo. A produção, a  colheita e o transporte geram enormes gastos de energia", disse Sattler. Em  relação à pecuária, segundo o cientista, é exemplar o Brasil produzir soja para  alimentar o rebanho bovino europeu, do outro lado do oceano.
 (...) o consumismo do mundo capitalista é o principal  problema ambiental da atualidade. A cultura do automóvel superlota as ruas das  grandes cidades e prejudica a qualidade de vida das pessoas.
 "A cultura do mundo é  rodoviária. E não basta ter um carro qualquer, tem que ter um carro que abafe",  disse Trigueiro, mencionando o uso de automóveis 4X4 em pleno solo urbano e da  associação de consumo com auto-imagem. "É preciso perder a idéia de que somos o  que temos", disse.
 Segundo Trigueiro, a  sustentabilidade depende da mudança mundial da matriz energética, o que não  deverá mudar nos próximos anos. "As duas rodas que movem a bicicleta da economia  mundial se baseiam em energia suja", disse, referindo-se aos Estados Unidos e à  China.
 Sustentabilidade humana
 Para Miguel Sattler,  a cidade sustentável está em cada componente que a compõe. "É preciso que os  serviços e produtos garantam a qualidade de vida das pessoas",  disse.
 No cultivo do tomate,  por exemplo, são aplicados agrotóxicos e, na sua conservação, mais agentes  químicos garantam que o produto não se estrague pelo caminho. Segundo o  pesquisador, a sociedade está sujeita a uma elevada carga de produtos tóxicos  por motivo de uma produção de alimentos não sustentável.
 "É questão de nossa  própria sustentabilidade garantir uma vida saudável para nós e nossos  descendentes", destacou. Redução da fertilidade dos espermatozóides, doenças  degenerativas e qualidade do leite materno seriam exemplos dos efeitos da  variedade de produtos químicos na saúde humana.
 "Há estudos que  indicam até mesmo que o cadáver humano deveria ser tratado como resíduo tóxico,  e não enterrado de qualquer maneira, tamanha a concentração de elementos nocivos  em nosso corpo quando morremos", exemplificou.
 O professor da UFRGS  usou a água mineral servida no congresso em outro exemplo. O rótulo da  garrafinha informa que a água contém 34 miligramas de nitrato por litro de água,  quando o máximo permitido por lei é 10. "Quando questionaram a empresa sobre  essa questão, a resposta foi que o rótulo do produto diz 'água mineral' e não  'água potável". Mas as pessoas não se preocupam com essa questão. Não se  importam com a própria sustentabilidade que está em jogo",  disse.
 Algumas coisas que fazem a gente pensar...
"Na era pré-industrial um camponês consumia 1 caloria para produzir 50 calorias em alimentos. Hoje, para cada caloria produzida pela agricultura são gastas 17".
"Há estudos que indicam... que o cadáver humano deveria ser tratado como resíduo tóxico, e não enterrado de qualquer maneira, tamanha a concentração de elementos nocivos em nosso corpo quando morremos".
 "Na era pré-industrial um camponês consumia 1 caloria para produzir 50 calorias em alimentos. Hoje, para cada caloria produzida pela agricultura são gastas 17".
"Há estudos que indicam... que o cadáver humano deveria ser tratado como resíduo tóxico, e não enterrado de qualquer maneira, tamanha a concentração de elementos nocivos em nosso corpo quando morremos".
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