sexta-feira, 30 de abril de 2010

Dica legal para uma vida mais saudável e mais longa



Para uma vida mais saudável e mais longa, coma menos
Diário da Saúde - Cordis - 27/04/2010
http://www.diariodasaude.com.br/



Pesquisadores comprovaram que restringir a ingestão de calorias pode prolongar e melhorar a vida e ainda garantir uma velhice mais feliz, reduzindo a diferença entre duração da vida e duração da saúde. [Imagem: Henrique Dante de Almeida/Wikimedia]



Como viver mais e melhor

Uma equipe de pesquisadores do Reino Unido e dos Estados Unidos comprovou que restringir a ingestão de calorias pode prolongar e melhorar a vida e ainda garantir uma velhice mais feliz.

Os resultados do estudo, publicado na revista Science, mostram que comer menos calorias pode levar não só a uma vida mais longa, mas também a uma vida muito mais saudável, evitando muitas das doenças que as pessoas frequentemente experimentam nos últimos anos da vida.



Restrição calórica

Os experimentos de restrição calórica, feitos em roedores, mostraram que a ingestão de uma quantidade menor de alimentos tem um efeito significativo sobre as vias moleculares relacionadas com o processo de envelhecimento, sobretudo aquelas relativas à glicose e ao fator de crescimento IGF-1.

Os resultados também mostraram que, em organismos menos complexos, a limitação do teor calórico pode dobrar ou mesmo triplicar o tempo de vida.



Tempo de vida e vida saudável

Mas o primeiro autor do estudo, o professor Luigi Fontana, da Universidade de Washington, afirma que o principal objetivo da pesquisa era melhorar a qualidade de vida das pessoas e ajudá-las a desenvolver menos doenças relacionadas ao envelhecimento.

"O foco da pesquisa não é realmente estender o tempo de vida para 120 ou 130 anos", afirma ele. "Hoje, a expectativa média de vida nos países ocidentais é de cerca de 80 anos, mas há muitas pessoas que só são saudáveis até cerca de 50 anos de idade".

"Nós queremos utilizar as descobertas sobre a restrição calórica e outras intervenções genéticas ou farmacológicas para fechar essa lacuna de 30 anos entre a duração da vida e a vida saudável. No entanto, ao estendermos o tempo de vida saudável, a vida média também poderia aumentar até aos 100 anos de idade", acrescenta ele.



Estilo alimentar

A pesquisa é particularmente relevante dados os níveis crescentes de obesidade no mundo ocidental. Estar com sobrepeso ou ser obeso pode levar a muitas doenças graves, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes e certos tipos de câncer.

A obesidade infantil é um problema particularmente preocupante na medida que milhares de crianças crescem com uma dieta à base de alimentos industrializados que pode provocar problemas crônicos de saúde na vida adulta.

O professor Fontana acredita que as atuais tendências do estilo alimentar indicam que a diferença de 30 anos entre a duração da vida e a duração da saúde deverá aumentar ao invés de diminuir.

A expectativa de vida também poderá ser reduzida, conforme milhares de pessoas desenvolvem doenças alimentares, tais como a diabetes tipo 2, que são totalmente evitáveis.



Vida longa e saudável

Mas ele acredita que, se os pesquisadores em nutrição entenderem o quanto a restrição calórica pode prolongar a vida e tornar as pessoas mais saudáveis, e se forem desenvolvidos medicamentos que influenciem as vias moleculares afetadas pela restrição de calorias, no conjunto isso poderá ajudar a manter as pessoas saudáveis enquanto elas envelhecem.

O aconselhamento sobre dieta sempre foi baseado em dados epidemiológicos, mas as últimas pesquisas mostram que isso faz sentido também do ponto de vista molecular, ressalta o pesquisador.

"Agora passamos de epidemiologia à biologia molecular. Sabemos que certos nutrientes, assim como um menor consumo de calorias, podem influenciar o IGF-1 e outras vias. Em breve, esperamos ser capazes de usar esse conhecimento para ajudar as pessoas a viver vidas mais longas e saudáveis", conclui Fontana.










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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Relógio da saúde: Biochip portátil monitora funções corporais




Relógio da saúde: Biochip portátil monitora funções corporais
Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/04/2010
http://www.inovacaotecnologica.com.br/


Neste verdadeiro "relógio da saúde", em vez de um mostrador de horas, encontra-se uma tela eletroluminescente,
onde podem ser lidas informações como temperatura corporal, pressão sanguínea, batimentos cardíacos etc.
[Imagem: Fraunhofer IZM].


Brevemente será possível olhar para um pequeno dispositivo eletrônico, parecido com um relógio de pulso, e monitorar sua saúde de forma tão simples quanto olhar as horas.



Politrônica

Pesquisadores alemães apresentaram o primeiro protótipo de um verdadeiro laboratório clínico portátil, que inclui não apenas os promissores biochips mas também uma série de avanços que compõem o que eles estão chamando de "sistema politrônico".

O termo politrônico é uma junção de polímero e eletrônico, mas a área também responde pelo nome mais tradicional de Eletrônica Orgânica - circuitos eletrônicos construídos essencialmente de plástico, embora a palavra plástico esconda uma rica série de materiais funcionais que mesclam polímeros com metais, semicondutores e até cerâmicas.



Monitor de trombose

O objetivo primário dos pesquisadores do Instituto Fraunhofer, na Alemanha, é construir um monitor pessoal capaz de prevenir tromboses, pequenos entupimentos de veias que podem causar embolias pulmonares, derrames cerebrais e ataques cardíacos.

O público principal do monitor de saúde serão os passageiros de voos de longa distância, principalmente pacientes de elevado risco, como fumantes, mulheres grávidas e obesos.

Mas as possibilidades de uso são virtualmente ilimitadas, com os atletas representando o segundo grupo alvo dos pesquisadores.



Microlaboratório

O coração do aparelho é um pequeno biochip, capaz de fazer uma análise bioquímica completa de uma única gota de fluido corporal, seja sangue, suor ou saliva.

O microlaboratório consiste em uma placa de policarbonato, medindo 22 milímetros (mm) de largura, por 70 mm de comprimento e 3 mm de altura, onde estão integrados dois componentes críticos.

O primeiro é o biochip propriamente dito, uma folha com apenas 150 micrômetros de espessura, sobre a qual é construída uma rede de microcanais, linhas de condução e sensores de ouro, destinados a fazer a análise do fluido corporal.

O segundo componente é um canal de 120 micrômetros destinado a coletar a gota a ser analisada, levá-la até o local de análise e inseri-la nos microcanais onde o líquido poderá atingir os sensores.

No interior da câmara de sensores do biochip, os anticorpos são integrados sobre eletrodos que permitem que os sinais referentes à concentração dos biomarcadores da doença a ser monitorada sejam transferidos para o restante do circuito eletrônico, responsável por sua interpretação e por mostrar os resultados na tela.

Os biochips foram projetados para funcionarem como cartuchos descartáveis, podendo ser substituídos ou inseridos em um equipamento médico de maior porte para interpretação dos dados, caso o paciente realmente passe mal e seja levado a um hospital.



Relógio da saúde

Neste verdadeiro "relógio da saúde", em vez de um mostrador de horas, encontra-se uma tela eletroluminescente, onde podem ser lidas informações como temperatura corporal, pressão sanguínea, batimentos cardíacos etc.

O equipamento também monitora a umidade da pele, que pode apontar indícios de desidratação, um dado importante tanto para pacientes quanto para atletas.

Pacientes portadores de marcapassos também se beneficiarão, já que o relógio da saúde pode sinalizar se a pessoa está se aproximando de áreas de risco, indicando a intensidade de campos elétricos ou campos eletromagnéticos que possam atrapalhar o funcionamento do implante.

E uma grande variedade de outras aplicações podem ser facilmente imaginadas. Assim que uma nova utilidade for concebida, basta integrar os sensores necessários na plataforma politrônica para que o monitor portátil ganhe a nova capacidade.



Tintas eletrônicas

O segredo para a viabilização comercial do relógio da saúde é a sua fabricação em plástico, em vez do silício dos circuitos eletrônicos tradicionais.

A parte eletrônica é impressa sobre o material plástico usando as chamadas tintas eletrônicas, soluções contendo os semicondutores que formam os componentes eletrônicos.

De um ponto de vista técnico, o monitor da saúde é na verdade uma combinação de eletrônica orgânica e eletrônica convencional. A tela de polímero, os sensores e o sistema de análise, todos são impressos com tinta eletrônica aplicada sobre plástico.

E todos são conectados a um sistema de análise constituído por circuitos integrados tradicionais, feitos de silício.

Um circuito de ressonância super miniaturizado, com apenas três micrômetros de espessura, funciona como uma espécie de antena, captando os campos eletromagnéticos ao redor da pessoa.

A umidade da pele é medida por um capacitor interdigital ligado a uma folha plástica de 30 micrômetros. A temperatura corporal, por sua vez, é medida por uma sensor de cobre poroso que não mede mais do que 0,5 micrômetro.







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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Calêndula protege a pele contra o sol e o envelhecimento



Calêndula protege a pele contra o sol e o envelhecimento
Júlio Bernardes - Agência USP - 22/04/2010
http://www.diariodasaude.com.br/


O extrato de calêndula reduz o estresse oxidativo causado pelos raios solares,
promovendo efeito fotoprotetor e retardando o envelhecimento da pele. [Imagem: Lika2672].




Calêndula para a pele


Testes realizados na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP), da USP, revelaram que o extrato da calêndula (Calendula officinalis), planta originária da região mediterrânea entre Europa, África e Ásia, é eficaz para proteger a pele contra os efeitos da radiação ultravioleta emitida pelo Sol.

Experiências realizadas com animais mostraram que as formulações contendo o extrato de calêndula reduzem o estresse oxidativo causado pelos raios solares, promovendo efeito fotoprotetor e retardando o envelhecimento da pele.



Proteção contra radiação solar

A calêndula foi adaptada às condições climáticas do Brasil e, segundo a farmacêutica Yris Maria Fonseca, é usada popularmente como agente anti-inflamatório tópico contra queimaduras, especialmente as provocadas pelo Sol.

"O estudo verificou se o extrato de calêndula também seria eficaz contra os danos causados pela radiação solar, comprovando cientificamente um de seus usos populares", conta Yris, que é uma das responsáveis pelo estudo.

Os experimentos foram realizados com camundongos de laboratório geneticamente modificados, sem pelo, que tiveram lesões induzidas por luz ultravioleta. "Verificou-se o estresse oxidativo, alterações na morfologia do tecido e das células e a presença de inflamação da pele", aponta Yris. "As análises mostram que o extrato de calêndula, administrado por via oral ou tópica, foi eficaz para prevenir o estresse oxidativo causado pela radiação solar".

Na pesquisa, foi possível inibir totalmente o estresse oxidativo, deixando a pele dos ratos semelhante à de animais que não receberam radiação."O extrato também estimulou a síntese de colágeno, o que pode evitar o aparecimento de sinais característicos de pele envelhecida, como rugas e perda de elasticidade", acrescenta a farmacêutica.



Extrato de calêndula

De acordo com Yris, o extrato de calêndula apresenta uma grande quantidade de flavonoides e polifenóis, substâncias com reconhecido potencial antioxidante. "Acredita-se que a redução do estresse oxidativo aconteça não por causa de um composto isolado, mas devido ao efeito sinérgico entre as substâncias presentes no extrato de calêndula", explica.

No estudo, a calêndula foi testada em três formulações diferentes, sendo que uma formulação do tipo gel apresentou melhor desempenho para fotoquimioproteção. "Para que o produto seja disponibilizado comercialmente, serão necessários novos testes, relacionados à segurança e toxicidade, entre outros aspectos", observa a farmacêutica.



Calêndula contra o câncer

O extrato também passou por testes de citotoxicidade, realizados em duas linhagens de células tumorais e uma de células normais. "O maior efeito tóxico foi registrado nas linhagens tumorais, preservando a normal, o que demonstra o potencial para o tratamento de câncer", aponta Yris. "Entretanto, este é um resultado preliminar, que precisará ser confirmado em estudos específicos".

A pesquisa sobre os efeitos da calêndula em lesões agudas provocadas pela radiação solar faz parte da tese de doutorado de Yris, realizada no Laboratório de Controle de Qualidade de Medicamentos e Cosméticos da FCFRP.

O trabalho teve a orientação da professora Maria José Vieira Fonseca, da FCFRP. Em sua pesquisa de pós-doutoramento, a farmacêutica irá investigar o efeito fotoquimioprotetor da calêndula sob a radiação exposta cronicamente, em longo prazo.









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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Uma linda amizade - Amigos para sempre



Contribuição de
Daniela Age



Uma Linda Amizade


Depois de perder os pais esse orangotango de três anos de idade estava tão deprimido que se recusava a comer e não respondia muito bem aos tratamentos e remédios.


Os veterinários achavam que ele iria se entregar à morte.


O velho cão foi encontrado perdido nos arredores do zoológico, e quando levado para dentro da sala de tratamento, se encontrou com o orangotango, e os dois se tornaram amigos inseparáveis desde então.


O orangotango encontrou uma nova razão para viver e se esforça ao máximo para fazer seu novo amigo acompanhá-lo em suas atividades.


Eles vivem no norte da California e a natação é o esporte favorito de ambos, embora Roscoe (o orangotango) ainda tenha um pouco de medo da água e precise da ajuda do amigo para atravessar a nado.


Eles passam o tempo todo juntos e podemos ver, pelos sorrisos e risadas, o quanto são felizes.


Juntos descobriram o lado engraçado da vida e o valor da amizade.


Encontraram mais do que um ombro amigo para debruçar...

(dê dois cliques nas imagens abaixo caso queira vê-las ampliadas)













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terça-feira, 20 de abril de 2010

Entenda o perigo das cinzas vulcânicas para os aviões



Entenda o perigo das cinzas vulcânicas para os aviões
BBC - 15/04/2010
http://www.inovacaotecnologica.com.br/




Se partículas de cinzas vulcânicas entrarem na turbina de um avião elas se acumulam e entopem o motor com material derretido.
Na foto, vulcão em erupção na Islândia, que causou o fechamento dos aeroportos do norte da Europa. [Imagem: NASA].




Entupimento das turbinas

A decisão das autoridades de aviação da Grã-Bretanha de fechar o espaço aéreo do país, nesta quinta-feira, diante da proximidade de uma nuvem de cinzas originada por um vulcão na Islândia, trouxe à tona um perigo relativamente pouco conhecido por passageiros e leigos.

Segundo especialistas, esse tipo de fenômeno é capaz de estragar janelas e estruturas de aeronaves, ou até parar as turbinas dos aviões em pleno voo.

"Se partículas de cinzas vulcânicas entram em uma turbina, elas se acumulam e entopem o motor com material derretido", explicou à BBC David Rothery, especialista em vulcões da Open University.



Fogo de Santelmo

Em um dos incidentes mais dramáticos já registrados, em 1982, um Boeing da British Airways com 263 passageiros a bordo ficou com as turbinas travadas durante vários minutos depois de atravessar uma nuvem de cinzas na Indonésia.

Ao perder altitude e sair da nuvem, o material derretido se condensou e se soltou, e os motores voltaram a funcionar.

Tripulantes e passageiros depois relataram que o avião também ficou cercado de faíscas - por causa do fenômeno conhecido como Fogo de Santelmo -, que as janelas foram atingidas pelo que parecia ser areia e que um forte cheiro de enxofre invadiu a cabine, forçando-os a respirar com máscaras de oxigênio.

Com as vidraças quebradas, os pilotos foram obrigados a aterrissar apenas por instrumentos em Jacarta.

Em 1989, uma aeronave da KLM sofreu problemas semelhantes ao atravessar uma nuvem de cinzas vulcânicas no Alasca.



Fugir das nuvens de cinzas

Segundo Rothery, o incidente resultou em uma mudança nas instruções de emergência para pilotos nestes casos.

"Antigamente, quando os motores começavam a falhar, a prática comum era aumentar a potência. Mas isso só piora o problema das cinzas", explicou.

"Hoje em dia, o piloto desacelera e perde altitude para tentar sair da nuvem de cinzas assim que possível. Uma rajada de ar frio e limpo normalmente é suficiente para limpar e desentupir as turbinas".



Cinzas nas turbinas

Mesmo que não resulte em um incidente grave, a invasão de cinzas em uma turbina faz com que ela seja praticamente inutilizada para futuros voos, de acordo com David Learnout, especialista em aviação do site Flight Global.com.

Em entrevista à BBC Brasil, Learnout disse que isso gera um prejuízo econômico enorme para as companhias aéreas.

"Mesmo que a turbina volte a funcionar, ela perde sua eficiência e passa a gastar muito mais combustível", explicou. "A companhia aérea tem que simplesmente jogar fora esses motores danificados. E o motor responde por um terço do custo de uma aeronave".

Além disso, a maneira como as cinzas atingem o avião altera a forma de todos os seus componentes, segundo Learnout.

Segundo Dougal Jerram, geólogo da Universidade de Durham, as nuvens de cinzas vulcânicas são lançadas na atmosfera após a erupção explosiva de vulcões.

"Se forem lançadas a uma grande altitude, essas cinzas podem chegar às correntes de ar e serem dispersadas pelo resto do planeta, como por exemplo, da Islândia para o resto da Europa", disse. "E é nessas altitudes que os aviões voam".









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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Jaçaí - Fruta Saborosa e Nutritiva Similar ao Açaí



Fruto similar ao açaí gera renda e empregos
Danielle Kiffer - Faperj - 19/04/2010
http://www.faperj.br/




Palmeiras juçara: na Serrinha do Alambari, em terrenos parceiros do projeto Amável, já foram plantados 70 hectares da espécie.


Já pensou em um alimento tão saboroso quanto o açaí e ainda mais nutritivo? Pois ele existe, e é proveniente da polpa do fruto da palmeira juçara, quase extinta do território brasileiro devido à intensa exploração para a extração de palmito. O chamado "juçaí" tem propriedades nutricionais semelhantes às do açaí em valores calóricos, com a vantagem de ser 70% mais rico em ferro e com níveis de potássio 63% maiores. Segundo estudo do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), seus teores de antocianina, antioxidante natural, são ainda quatro vezes superiores. Para desenvolver comercialmente o juçaí, o empresário George Braile criou o projeto Amável - a Mata Atlântica Sustentável no parque da Serrinha do Alambari, município de Resende, onde pretende promover a preservação e o repovoamento da juçara e gerar renda para a comunidade local de forma sustentável. O projeto é apoiado pela FAPERJ, por meio do edital Rio Inovação - Difusão e Inovação Tecnológica.

O juçaí foi descoberto por acaso. Em seu sítio, na Serrinha, George Braile começou a observar que jacus e tucanos sempre apareciam em bandos para se alimentar dos frutos da juçara, muito parecidos com o açaí, que rende cerca de 2 mil e 500 frutas por árvore, especialmente entre maio e agosto. "Fiquei instigado com aquilo, colhi alguns frutos e tentei despolpar em alguns equipamentos experimentais. Depois de algumas tentativas pesquisando o processo artesanal de despolpamento do açaí do norte, adotei a mesma metodologia. Foi assim que descobri que já havia alguns projetos em São Paulo e Santa Catarina com a mesma fruta. Visitei praticamente todos os projetos existentes no Brasil para me instruir a respeito de tudo o que pudesse sobre o juçaí", conta o empresário.

Além de aprender sobre o procedimento correto de colheita e do despolpamento do fruto da juçara, George também passou a conhecer as pesquisas científicas feitas sobre as propriedades nutricionais da fruta. Além do Ital, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), entre outras instituições, comprovaram cientificamente as propriedades nutritivas do fruto da juçara.    




Depois de esmagados e peneirados, sobram os rejeitos dos frutos da juçara para germinação e o juçaí para consumir.


Um projeto piloto já foi montado na Serrinha do Alambari, local onde há uma Área de Proteção Ambiental (APA), que servirá de modelo para expansão do projeto em outros municípios da região do médio Paraíba. "No parque da Serrinha, as florestas de juçara estão sendo reconstituídas. Até já realizamos algumas colheitas para a produção da polpa. Além de difundir uma consciência ecológica, o projeto proporcionará aos moradores da região uma alternativa interessante de renda", relata George, que afirma que somente as propriedades parceiras do projeto já somam 70 hectares de cultivo de juçara.

De acordo com o empresário, para os habitantes da área, além de ecologicamente correto, é muito mais lucrativa a exploração da juçara para a colheita do fruto do que para a retirada do palmito. "Cada juçara cortada ilegalmente para a venda do palmito rende ao indivíduo, aproximadamente, R$ 6, mas a árvore é derrubada. Já a coleta dos frutos pode render ao colhedor até R$ 8 e ao proprietário da terra onde a juçara está plantada até R$ 2 por árvore. Com a vantagem que a árvore permanece", quantifica. A venda da polpa para lojas e para a indústria de sucos para exportação pode gerar ainda um maior lucro para produtores e colhedores, ampliando e fortalecendo ainda mais o projeto, que reforça a preservação da juçara, ainda em extinção. "A comunidade já recebeu o treinamento necessário tanto para a execução correta da colheita quanto para o processo de despolpamento".

O próximo passo do projeto, além da comercialização do produto, é a geração de sementes germinadas para serem distribuídas aos proprietários de fazendas. Isso ajudará na propagação da palmeira. Segundo o empresário, depois de despolpadas, as sementes devem ser colocadas à sombra e regadas diariamente. "Neste primeiro ano, pretendemos gerar cerca de 500 mil sementes. No ano que vem, 2011, pretendemos pular para cinco milhões. Para isso, estamos treinando pessoas interessadas no processo", conclui.









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domingo, 18 de abril de 2010

Tratamento Personalizado para Câncer



Tratamento Personalizado para Câncer
Agência Fapesp - 15/4/2010
http://www.agencia.fapesp.br/


Projeto internacional sequenciará centenas de genomas de cânceres.
Dados ajudarão a compreender melhor a doença e a explicar por que determinado tratamento funciona para uma pessoa e não para outra.
(Inst.Broad).


Centenas de sequências genômicas de cânceres de diferentes pessoas serão publicadas este ano. Nos próximos anos, serão milhares. A produção de tamanha base de dados, resultado de trabalhos coordenados pelo Consórcio Internacional do Genoma do Câncer (ICGC, na sigla em inglês), é considerada um marco na pesquisa da doença.

Em artigo publicado na edição desta quinta-feira (15/4) da revista Nature, os mais de 200 integrantes descrevem objetivos, metas e conquistas obtidas pelo consórcio lançado há um ano por cientistas de instituições de dez países.

O objetivo principal do ICGC é catalogar 50 dos mais comuns tipos e subtipos de câncer em adultos e crianças. Entretanto, como os participantes destacam no artigo, a dimensão do projeto, somada à necessidade de dados padronizados e de alta qualidade, torna a tarefa um grande desafio.

Os membros do consórcio coordenarão esforços de pesquisa e padronizarão conjuntos de dados e formas de apresentações dessas informações em diferentes estudos. Os participantes destacam a importância de abordar o "balanço delicado entre proteger os dados pessoais dos participantes e compartilhar esses dados de modo que a pesquisa do câncer possa avançar".

Os 50 tipos de câncer resultarão em cerca de 2,5 mil genomas diferentes - 500 para cada um. As sequências estarão disponíveis livremente na internet.

"Dado o enorme potencial do sequenciamento genômico em revelar informações clinicamente úteis, com custo relativamente baixo, antecipamos que, no futuro não tão distante, genomas parciais ou completos de cânceres serão rotineiramente sequenciados como parte da avaliação clínica dos pacientes", destacaram os autores.

Ou seja, em alguns anos o paciente poderá ter um tratamento totalmente personalizado, baseado nas informações obtidas do sequenciamento de seu tumor.

A estimativa pode ser até considerada conservadora, dado a velocidade do progresso em estudos genômicos nas duas últimas décadas. O primeiro projeto do genoma humano, que sequenciou meia dúzia de pessoas, custou US$ 1,5 bilhão e levou 15 anos. Hoje, a mesma quantidade de dados pode ser processada em uma semana, por uma fração do valor dispendido originalmente.

"Estamos vivendo uma revolução na maneira com que fazemos pesquisa sobre o câncer. No passado, o desafio era gerar informações. Hoje, os desafios são administrar o volume de dados gerados e encontrar maneiras de interpretá-los, testá-los e aplicá-los de modo adequado", disse Andrew Biankin, do Instituto Garvan de Pesquisa Médica, na Austrália, um dos pesquisadores do ICGC.

"O consórcio está fornecendo à comunidade científica mundial a melhor ferramenta de pesquisa possível, que permite saber como selecionar o estudo clínico adequado para cada estudo. Sequências genômicas completas permitem que identifiquemos as aberrações moleculares exatas de cada tumor. Entender as aberrações permite que possamos atingi-las com as drogas certas", disse Biankin.

Segundo o cientista, atualmente, quando se trata um câncer, os médicos prescrevem a seus pacientes os medicamentos que têm mais chances de funcionar. Mas o conhecimento atual é limitado. Uma droga pode não funcionar para uma pessoa, mesmo que atue com sucesso na maioria das outras.

"Se a droga falhar, passamos para o tratamento de segunda linha, terceira e assim por diante. No momento em que chegarmos a um tratamento que realmente funcione, o câncer poderá estar muito avançado. Em caso de câncer pancreático, por exemplo, o paciente provavelmente estará morto", afirmou Biankin.

"Os bancos de dados do consórcio, baseados na internet, ajudarão a tratar cânceres com tratamentos específicos. Além disso, as informações nos auxiliarão a entender por que alguns tratamentos funcionam e outros não. Também poderemos desenvolver drogas mais eficientes", disse.

O artigo International network of cancer genome projects (vol. 464 - 15 de abril de 2010 - doi: 10.1038/nature08987), do Consórcio Internacional do Genoma do Câncer, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.



Novo iogurte previne câncer e doenças coronárias



Novo iogurte previne câncer e doenças coronárias
Nilbberth Silva - Agência USP - Diário da Saúde - 13/04/2010
http://www.diariodasaude.com.br/



O iogurte criado na USP previne doenças coronárias, câncer de intestino e cólon, além de diminuir os níveis de colesterol ruim (LDL), prisão de ventre e intolerância à lactose. [Imagem: Agência USP].




Santo iogurte

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) produziram um iogurte que previne doenças coronárias, câncer de intestino e cólon, além de diminuir os níveis de colesterol ruim (LDL), prisão de ventre e intolerância à lactose.

A bebida previne as doenças porque agrega, além de bactérias típicas dos iogurtes, três microrganismos que fazem bem a saúde.



Fonte de fibras

O novo iogurte tem textura e sabor parecidos com o do iogurte comum, necessita dos mesmos cuidados de armazenagem e custa 30% mais caro. Feito com leite desnatado, também é light e fonte de fibras.

"Não existe no mercado um leite fermentado com um coquetel de benefícios tão grandes", afirma o engenheiro agrônomo Ricardo Pinheiro, que desenvolveu o iogurte durante o seu duplo doutorado, feito na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP e na Universidade de Gênova (Itália).



Bactérias no iogurte

Iogurtes têm naturalmente as bactérias Streptococcus thermophilus e Lactobacillus bulgaricus, que, juntas, auxiliam quem tem prisão de ventre.

Algumas bebidas têm, além dessas, até duas bactérias que, quando administradas vivas e em quantidade adequada, conferem saúde as pessoas (probióticas).

O alimento produzido pela USP possui três bactérias probióticas além das comuns a todos iogurtes. Quando elas chegam ao intestino, tomam o espaço e alimento dos microrganismos indesejáveis que lá habitam e os eliminam.



Metabolismo complicado

Para a bebida fazer efeito, é necessário que todos as bactérias cheguem vivas ao intestino - e em uma concentração de 10 a 100 milhões de colônias de organismos por mililitro (ml) de produto.

Por isso, a maior dificuldade em fabricar o iogurte foi conseguir que, em um período de 35 dias, as bactérias não matassem umas às outras ao acidificar a bebida e competir por alimento.

"Manter a quantidade apropriada de bactérias é difícil", diz Pinheiro. "O metabolismo de uma bactéria pode prejudicar outra. As do gênero Bifidobacterium, por exemplo, produzem ácido acético, fatal para os lactobacilos".



Nutrientes

Para contornar essas dificuldades, Pinheiro estudou quais nutrientes cada bactéria necessitava e os produtos que excretava quando estavam sozinhas e em conjunto no leite.

Ele concluiu que a melhor solução era adicionar ao iogurte um açúcar chamado inulina, que é fonte de alimento para as bactérias e impede que algumas "morram de fome".

Outras soluções foram colocar na bebida quantidades maiores dos microrganismos mais frágeis e envolvê-los com uma goma que os impedia de serem danificadas pelo metabolismo dos outros.

Segundo o pesquisador, o resultado agrada. "O produto é funcional e bastante aceitável ao paladar. Ele é mais caro, porém o benefício que traz é maior".

O novo iogurte ainda precisa ser patenteada, para só depois começar a ser fabricado em escala industrial.



sábado, 17 de abril de 2010

Experiências de quase-morte (EQM) continuam sem explicação



Experiências de quase-morte continuam sem explicação
Redação do Diário da Saúde - 09/04/2010
http://www.diariodasaude.com.br/


 

Fenômenos de quase-morte

Cientistas da Universidade de Maribor, na Eslovênia, apresentaram resultados de um estudo que procurava explicações para os relatos feitos por pessoas que estiveram "perto da morte".

As chamadas experiências de quase-morte incluem várias sensações, incluindo visões como uma "luz no fim do túnel" ou de imagens dos momentos vividos ao longo de toda a vida desfilando como um filme diante dos olhos.

Outros pacientes relatam acompanhar tudo o que aconteceu no quarto do hospital como se estivessem flutuando junto ao teto.



Nível de CO2 estatisticamente insignificante

Depois de examinar 52 pacientes que relataram a experiência de quase-morte, o único elemento identificado foi um nível mais elevado de dióxido de carbono (CO2) em 11 deles - apenas 21%, o que é estatisticamente irrelevante para uma conclusão segura.

Além disso, o estudo não analisou a causalidade, mas uma associação. Desta forma, não é possível afirmar se o alto nível de CO2 é uma causa ou uma consequência do fenômeno.

Os pesquisadores não encontraram nenhum padrão associado a sexo, idade, nível de educação, credo, medo da morte, medo da recuperação ou drogas subministradas durante o ressuscitamento.



Anoxia

A anoxia - a morte de células do cérebro em consequência da falta de oxigênio - é uma das principais teorias para explicar as experiências vividas em momentos de morte iminente.

Mas este efeito foi estatisticamente insignificante no pequeno grupo de onze pacientes que as vivenciaram no estudo esloveno. Em compensação, os níveis de CO2 no sangue destes pacientes foi muito mais alto que no resto dos pacientes da pesquisa.

Outros experimentos já mostraram que inalar dióxido de carbono pode levar a alucinações similares às relatadas em momentos de morte iminente.



Incertezas

O que a equipe ainda não sabe, porém, é se estes altos níveis de CO2 se devem à parada cardíaca ou se já eram registrados antes do fenômeno.

"Esta é potencialmente outra peça do quebra-cabeças. Precisamos de mais pesquisas", disse a pesquisadora que coordenou o estudo, Zalika Klemenc-Ketis. "Experiências de quase morte nos fazem questionar nossa compreensão da consciência humana, portanto, quanto mais, melhor".



Grandes mistérios da humanidade

O cardiologista Pim van Lommel, que há anos estuda fenômenos semelhantes, descreveu as conclusões como "interessantes" ao conceder entrevista à BBC.

"Mas eles não encontraram a causa, apenas uma associação. Acho que isto permanecerá um dos grandes mistérios da humanidade", disse.

"As ferramentas que os cientistas possuem simplesmente não são suficientes para explicá-los", disse o pesquisador.




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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Partituras em Braille - Aprendizagem Musical para Deficientes Visuais



Partituras em Braille

Fábio Reynol - Agência Fapesp - 11/02/2010
http://www.agencia.fapesp.br/


Estudo feito na Unicamp levanta desafios enfrentados por deficientes visuais no ensino e no aprendizado de música (divulgação).


Interpretar notas musicais grafadas em uma partitura é tarefa banal para um músico. Porém, quando o instrumentista é deficiente visual essa atividade se torna muito mais complicada, sem contar os inúmeros obstáculos enfrentados durante o processo de aprendizagem musical.

Entender como um deficiente visual aprende a ler partituras pelo método Braille e analisar o ensino de música e os recursos disponíveis para essas pessoas foi o tema da tese de doutorado "Do toque ao som: ensino da musicografia Braille como um caminho para a educação musical inclusiva".

O trabalho foi defendido e aprovado na quarta-feira (10/02/2010) por Fabiana Fator Gouvêa Bonilha, no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com orientação do professor Claudiney Rodrigues Carrasco, do Departamento de Música.

"A motivação da pesquisa surgiu da minha própria experiência", contou Fabiana, que é bacharel em música e deficiente visual desde o nascimento. Ela explica que o trabalho é a ampliação de sua dissertação de mestrado, intitulada "Leitura musical na ponta dos dedos: caminhos e desafios do ensino de musicografia Braille na perspectiva de alunos e professores" e concluída em 2006.

Tanto no mestrado como no doutorado a estudante contou com apoio de bolsas da FAPESP. Durante o mestrado ela entrevistou estudantes de música com deficiência visual e coletou suas percepções sobre o processo de aprendizagem.

Entre as conclusões, Fabiana levantou que há poucos espaços de formação que atendem às necessidades dos deficientes e a demanda por esses cursos é grande. Essas dificuldades a fizeram voltar para o problema da inclusão musical dos deficientes visuais durante o doutorado.

A fim de compor a tese, a estudante analisou todo o processo a ser percorrido por um deficiente visual que quer ter uma educação formal em música, a começar pelo desafio de encontrar ou transcrever partituras para o código Braille.

Para que a transcrição seja bem-sucedida, é fundamental a figura do transcritor. "Ele tem que ser um especialista tanto em música como em Braille", apontou. Essa atividade pode ser desempenhada tanto por pessoas que enxergam como por deficientes visuais, de acordo com Fabiana.

Uma das maiores contribuições do estudo foi a formação de um acervo de cerca de 50 partituras vertidas para o sistema Braille durante a pesquisa. Esse material já está disponível no Laboratório de Acessibilidade da Biblioteca Central César Lattes da Unicamp.

"A maioria dessas composições é brasileira. Isso é importante porque podemos fazer um intercâmbio trocando partituras em Braille com instituições de outros países", disse.



Capacidade de abstração

A partitura transcrita, no entanto, é apenas o início do processo para o estudante com deficiência visual. Fabiana explica que a musicografia em Braille exige muito mais do estudante.

Os símbolos musicais impressos em tinta são convencionalmente grafados em cinco linhas, chamadas de pentagrama. Uma composição para piano, por exemplo, utiliza ao mesmo tempo dois pentagramas, um para cada mão, e um acima do outro para indicar a simultaneidade de algumas notas.

Uma partitura em Braille, por sua vez, contém apenas caracteres resultantes das combinações entre seis pontos salientes. O músico deve interpretar as notas ao toque dos dedos e ler cada linha separadamente e assim inferir a simultaneidade das mãos do piano, por exemplo.

"É preciso um grau de abstração muito maior e uma sólida formação musical", disse Fabiana. Isso além de uma boa memória, uma vez que o instrumentista deve decorar toda a partitura antes de executá-la.

A pesquisa obteve um levantamento qualitativo baseando-se em três experiências: o aprendizado de musicografia Braille de dois deficientes visuais e a capacitação de um professor de música para ensinar um aluno com deficiência visual.

Como pré-requisito, Fabiana selecionou casos em que os envolvidos tinham conhecimento musical prévio e que o desafio, portanto, seria introduzi-los ao sistema de notação musical em Braille.

Os alunos escolhidos eram aprendizes de instrumentos distintos: violão e teclado, o que exigiu adaptações específicas, pois as partituras desses instrumentos são diferentes.



Deficiência congênita ou adquirida

Fabiana conseguiu traçar algumas diferenças no aprendizado entre deficientes visuais congênitos (de nascença) e os que adquiriram a deficiência ao longo da vida.

Entre as pessoas com deficiência visual desde o nascimento, por exemplo, está a maior prevalência do chamado ouvido absoluto, que é a capacidade de identificar tons musicais em sons isolados.

Isso ocorre porque a deficiência congênita impõe ao indivíduo uma dependência dos sons desde muito cedo. "A importância do som nesses casos é muito maior, pois ele dá toda a referência do espaço", disse.

Segundo ela, nesses casos a estrutura neuronal é formada logo na primeira infância, visando à enfatizar a audição. "Pesquisas mostram que algumas regiões do córtex visual são realocadas para processar sons nos cérebros de deficientes visuais congênitos", disse.

Também para esses, o reconhecimento tátil é mais desenvolvido. "O Braille torna-se o primeiro código de escrita, enquanto que na deficiência adquirida é travado um processo de readaptação à realidade", comparou.

Ao desenvolver a pesquisa, Fabiana colecionou uma série de arquivos sonoros que compreendiam aulas, além de depoimentos de deficientes visuais e de professores de música.

"Achei esse material rico demais para ser guardado e elaborei um roteiro para unir esses arquivos em um audiodocumentário (
http://www.agencia.fapesp.br/audiodocumentario.mp3)", conta. Quando o seu orientador ouviu o piloto, incentivou-a a gravá-lo em estúdio.

O resultado é um documentário de cerca de dez minutos com uma trilha sonora adaptada pela própria doutoranda, e efeitos produzidos por equipamentos Braille além das vozes captadas ao longo da pesquisa.

O objetivo da produção, segundo ela, foi retratar a concepção de um deficiente visual. Por esse motivo, propositadamente, a estudante não quis utilizar imagens. "Esse áudio tornou-se a síntese sonora da pesquisa", afirmou.

O orientador do trabalho, Claudiney Carrasco, considera que a tese de Fabiana é relevante em vários aspectos. "É a primeira contribuição de peso na pesquisa em musicografia braille no país e abre um amplo campo para que mais gente pesquise e contribua nessa área", afirmou.

O professor da Unicamp também ressaltou o aspecto da inclusão inerente da pesquisa. Para ele, o trabalho traz resultados práticos que vão auxiliar professores de música a interagir com alunos deficientes visuais. "É realmente uma inclusão, não se trata só de aceitar o aluno cego e deixá-lo se virar sozinho. Fabiana propõe um trabalho voltado a atender às necessidades desse estudante", disse.

É justamente a inclusão do deficiente visual no ensino regular de música a principal conclusão da tese, de acordo com Fabiana. Para ela, não são necessárias escolas especializadas em deficientes, mas que as instituições de ensino regulares se adaptem a esses alunos.

Para isso, explica a musicista, seria fundamental a participação de três personagens nesse processo: um professor de música especialmente preparado, um aluno consciente e motivado e um especialista transcritor que possa fornecer material de estudo de qualidade para o processo. Com esses elementos, a grande demanda por instrução musical por parte de deficientes visuais pode começar a ser atendida, aponta.

Audiodocumentário sobre o ensino da musicografia Braille: www.agencia.fapesp.br/audiodocumentario.mp3












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