terça-feira, 15 de julho de 2008

Programas de prevenção amenizam a queda de produtividade





Programas de prevenção amenizam a queda de produtividade
decorrente das doenças típicas de inverno

Daniela Iacobucci - CanalRH - 09/07/2008
http://www.canalrh.com.br/



Para muitos o inverno é a estação mais glamurosa do ano. Casacos de pele saem dos armários, botas tomam conta das vitrines, enfim, as pessoas ficam mais vaidosas. E doentes também. Doenças alérgicas como asma, faringite, rinite, e outras infecções como sinusite, amigdalite e pneumonia apresentam grande incidência nos meses mais frios do ano. É o que acontece, por exemplo, com André Seidel, do departamento de Marketing da Klabin Segall. "Quando o inverno se aproxima o ar fica mais seco e a minha rinite e sinusite pioram; sinto dores no corpo, não tenho apetite, o poder de concentração cai e meu rendimento é afetado", conta o profissional.

Segundo o otorrinolaringologista Renato Roithmann, presidente da Academia Brasileira de Rinologia - ABR, todas essas doenças duplicam nos meses mais frios. "Rinites chegam a comprometer 30% da população e se computarmos as doenças infecciosas (resfriados, gripes e sinusites) o percentual pode chegar a 50%", ilustra Roithmann.

Apesar de crianças e idosos serem os mais atingidos por essas doenças devido à baixa imunidade, os adultos também sofrem com o problema. "Nos ambulatórios e serviços de pediatria o número de atendimentos sobe até 40% no inverno; já em relação aos adultos, o aumento não é só no volume das consultas, mas também na gravidade dos quadros clínicos, como é o caso da pneumonia que, em idosos, pode ser fatal", explica Ricardo Tardelli, pneumologista e coordenador de Serviços de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde. Outro problema bastante agravado nos dias de frio é a asma. Considerada uma das patologias mais sérias que afetam o sistema respiratório do organismo, ela atinge de 100 a 150 milhões de pessoas no mundo, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O impacto dessas enfermidades, no entanto, não se dá apenas na vida pessoal. As doenças respiratórias também interferem no desempenho profissional e contribuem para o aumento dos casos de absenteísmo nas empresas. "Todos têm redução de produtividade por causa da toxemia (prejuízo do estado geral da saúde) provocada pelas doenças de inverno e isso motiva a falta dos profissionais a seus trabalhos", explica Tardelli.

Paulo Azevedo, especialista em Medicina do Trabalho pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) e coordenador de Programa de Saúde Ocupacional da Light, no Rio de Janeiro, concorda com o colega e complementa: "As rinites afetam a vida diária em 66% dos casos; dentre eles, 52% apresentam redução no desempenho escolar e profissional, e 40% desses pacientes reclamam da queda de qualidade do sono".

Com isso, diz o especialista, o funcionário se apresenta em seu local de trabalho debilitado e tem seu rendimento comprometido. "Doenças do aparelho respiratório causam o que chamamos de presenteísmo, ou seja, o profissional está presente ao trabalho, mas sua produtividade sofre uma redução de 30% a 70%," explica Azevedo. Para ele, investir em prevenção é sempre a melhor maneira de amenizar problemas como esse. "Na Light, onde desenvolvemos um programa de promoção da saúde, os empregados fazem exames médicos periódicos e recebem orientações para evitar as doenças e suas, eventuais, complicações".

Assim como a Light, o Hospital Israelita Albert Einstein apresenta iniciativas voltadas à saúde de seus funcionários. "Há campanhas de vacinação e divulgação de informações sobre as doenças, com dicas de prevenção por meio de folhetos, quadros de aviso e intranet", conta Luis Gustavo Lopes, infectologista da Medicina do Trabalho do Hospital Israelita Albert Einstein.

A construtora Klabin Segall adota uma campanha preventiva para colaboradores ao longo do ano. "Visamos a qualidade de vida do funcionário, incentivamos a prática de esportes para que não haja o sedentarismo, objetivando o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal de todos", conta Flávio Staudohar, diretor de RH da construtora. Dessa forma, acredita, as complicações alérgicas ocasionadas pelas mudanças climáticas diminuem, já que o colaborador está com a saúde em dia.



Os "vilões" das doenças respiratórias


Dois fatores são apontados quando se fala em problemas respiratórios. Um deles é o ar-condicionado, presente na maioria dos escritórios. Na opinião de Azevedo, estes aparelhos são preparados para trazer conforto térmico, mas podem contribuir para causar doenças se houver falhas em sua manutenção e higienização. "Ocorrendo esse tipo de falha pode haver a proliferação de cultura com vírus de espécie muito rara e com alta virulência acarretando pneumonias de difícil tratamento e controle", ressalta Azevedo, citando a preocupação da Light em manter os equipamentos regulados.

Outra questão é a automedicação e nesse ponto, o médico Ricardo Tardelli faz um alerta: "É comum que os pacientes cometam erros como o uso indiscriminado de antibióticos que não são indicados para viroses ou abusem no consumo de antigripais, que contém em sua fórmula antihistamínicos que dão sono e ácido acetil salicílico, um irritante gástrico".

Todas essas doenças, no entanto, não se intensificam nessa época do ano por acaso. Em decorrência da mudança brusca de temperatura, da baixa umidade do ar e da piora da poluição, surgem com maior freqüência os processos irritativos das vias aéreas superiores e a reativação de processos crônicos respiratórios, como bronquites e asma.

Esses fatores criam condição perfeita para a maior proliferação dos vírus que comprometem o aparelho respiratório. Mas alguns cuidados podem atenuar o desconforto e evitar as crises. Confira abaixo as dicas dos profissionais:

- Evite contato com fatores alérgenos (agentes desencadeadores da alergia), como poeira doméstica, pólen, pêlo de animais;

- Não deixe de comer verduras, legumes e frutas (fontes de vitaminas, sais minerais e fibras). Estes alimentos contribuem para uma maior sensação de saciedade;

- Mexa-se! Não deixe a atividade física apenas para o verão. Alongue-se e faça exercícios aeróbicos leves. Isto é importante, pois no inverno a musculatura fica mais contraída e, conseqüentemente, mais vulnerável a lesões;

- Não esqueça da hidratação de sua pele. No inverno temos a tendência de abusar dos banhos muito quentes, contribuindo para retirar a oleosidade natural de pele. Após banho morno, use e abuse de loções hidratantes;

- Mesmo que não tenha sede, procure ingerir de 8 a 10 copos de água por dia para que seu organismo se mantenha hidratado;

- Evite permanecer em locais fechados que tenham agrupamentos de pessoas;

- Retire tapetes e carpetes de casa e forre colchão e travesseiros com capa impermeável;

- Substitua cobertores por edredons para que possam ser lavados com maior freqüência;

- Evite o uso de gotas nasais descongestionantes. São falsos amigos. Descongestionam o nariz em poucos minutos, porém passadas algumas horas o problema retorna pior do que antes.










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Um comentário:

  1. É preciso investir na Qualidade de Vida e de Trabalho, não só da Equipe de Empregados/Funcionários, como também dar condições de se estender isso aos familiares. Com isso, todos ganham, inclusive as Organizações/Instituições. Um abraço. Drauzio Milagres.

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