terça-feira, 15 de julho de 2008

Daniel Dantas, o homem de um milhão de reais




O homem de um milhão de dólares
Sérgio Lirio - Carta Capital - 14/07/2008
http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=1436





Humberto Braz, que tentou subornar a Polícia Federal para retirar o nome de Daniel Dantas
das investigações da Operação Satiagraha, entrega-se às autoridades.
Crédito da foto: montagem com imagem de Marcos D'Paula/AE e reprodução de TV.




Humberto Braz, que estava foragido desde a terça-feira, 8, quando a Polícia Federal realizou a Operação Satiagraha, entregou-se nesta segunda, 14. Braz é acusado de, em parceria com o professor Hugo Chicaroni e a mando de Daniel Dantas, tentar corromper o delegado Victor Hugo Rodrigues Alves Ferreira. Os dois ofereceram um milhão de reais ao delegado para que ele retirasse o nome de Dantas da investigação e, em seguida, armasse alguma operação contra o empresário Luís Roberto Demarco, ex-sócio e desafeto do banqueiro.

Braz é apontado pela PF como braço-direito de Dantas na "organização criminosa" investigada há quatro anos. Ele e Chicaroni tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça. Até hoje, Chicaroni era o único entre os mais de 20 presos pela Satiagraha que permanecia na carceragem da Polícia Federal em São Paulo.


Ex-executivo da Andrade Gutierrez, Braz já cumpriu várias missões e lobbies em nome do banqueiro. Quando foi presidente da Brasil Telecom Participações, nomeado por Dantas, cumpria uma forte agenda de lobby com políticos e jornalistas. Auditoria dos sócios da Brasil Telecom, após a remoção do Opportunity da gestão da empresa, capturou a agenda de encontros de Braz (CartaCapital, edição 377, de 25 de janeiro de 2006). Nela estão registrados encontros freqüentes com vários dos personagens envolvidos no chamado escândalo do mensalão, entre eles o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza.


Braz também se reuniu 15 vezes com Eduardo Rascovisky, acusado de tentar corromper Sérgio de Carvalho, marido da juíza Márcia de Carvalho Cunha, da 2ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. A juíza havia dado sentenças desfavoráveis aos interesses do Opportunity em disputas judiciais pelo controle das empresas de telefonia. Após o fracasso da tentativa de suborno, Márcia Cunha passou a ser alvo do grupo de Dantas, na imprensa e nos tribunais. Acusada de copiar o texto de advogados de adversários de DD em um despacho, a magistrada enfrentou um processo administrativo e quatro pedidos de suspeição. Sua vida foi devassada. Sem aguentar as pressões, ela à época (em 2004) procurou a imprensa para se defender. Os encontros entre Braz e Rascovisky coincidem com o período da tentativa de suborno do marido da juíza e com os posteriores ataques ao seu trabalho.


O lobista de Dantas foi ainda o intermediário da oferta de sociedade que a Brasil Telecom fez à Gamecorp, que tem entre os sócios Fábio Lula da Silva, filho do presidente Lula. Não fosse o consultor Antoninho Marmo Trevisan, chamado a ajudar no processo, a Gamecorp teria se associado à empresa então controlada por DD. Mais tarde, Oi (ex-Telemar) investiu na produtora de programas de jogos.


E mais: Braz parece ser a "testemunha-bomba" que Dantas apresentou à Justiça de Nova Iorque para provar que o governo interferiu a favor da Oi na disputa pelo controle da Brasil Telecom. Braz, como já se disse, trabalhou na Andrade Gutierrez, uma das principais acionistas da Oi. DD sustenta que o governo sempre agiu contra ele para facilitar a fusão entre a BrT e a Oi. Antes que a fusão fosse acertada, o Citibank cobrava no mínimo 300 milhões de dólares do Opportunity por prejuízos causados pelo banco brasileiro à época em que administrava os recursos da instituição norte-americana.















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Um comentário:

  1. O Ministro(?) Gilmar Mendes é uma vergonha e uma desonra para a Justiça e para o STF. Aproveitando o momento, qual a "posição" dos outros Ministros do STF? Os que não compartilham com essas arbitrariedades cometidas pelo Gilmar Mendes, são "culpados" também, pelo "silêncio", pela omissão e/ou pela conivência. Um abraço. Drauzio Milagres.

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