domingo, 29 de junho de 2008

Lula melhorou a vida dos pobres - A elite não aguenta





Lula melhorou a vida dos pobres: A elite não aguenta
Paulo Henrique Amorim - Conversa Afiada - 23/06/2008
http://www.paulohenriqueamorim.com.br/forum/Post.aspx?id=299


Pochmann:
A renda dos pobres cresce mais rápido que a dos ricos



. O respeitado economista Marcio Pochmann, presidente do IPEA, Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, divulgou pesquisa - clique aqui para ler - que demonstra de forma irrefutável: o Governo Lula melhorou a vida dos pobres.

. Veja só:

. Entre 2003 e 2007 - dentro do Governo Lula - o aumento da renda dos 10% mais pobres da população foi de 22%.

. Dos 10% um pouco menos pobres da população, o aumento da renda foi de 30%!

. Dos 10% acima, portanto, um pouco melhores, o aumento da renda, no Governo Lula, foi de 16%.

. Enquanto isso, o aumento da renda dos 10% mais ricos foi de 5%.

. Dos 10% um pouco menos ricos, o aumento foi de 6%.

. Quer dizer, no Governo Lula, a renda dos mais pobres cresceu muito mais do que o aumento da renda dos mais ricos.

. Embora a renda dos mais ricos tenha subido, também.

. Na verdade, a renda de todas as classes de renda - todos os 10% - subiu.

. Não faz sentido, portanto, o mito de que há um "estrangulamento" da classe média.

. O estudo do IPEA mostra também que "o retorno do crescimento econômico, marcadamente desde 2004, teve ... efeitos benéficos sobre o mercado de trabalho. Houve crescimento do pessoal empregado, ..., elevação do numero de carteiras assinadas e um bom crescimento da massa salarial real (acima da inflação)".

. "A recuperação da renda dos mais pobres é quase cinco vezes maior do que a recuperação da renda dos mais ricos".

. Por tudo isso, a renda se distribuiu melhor, no Governo Lula.

. Diminuiu a distância entre ricos e pobres.

. "Os rendimentos dos trabalhadores estão quase 7% menos desiguais".

. E até o fim do mandato do presidente Lula, o índice de Gini, que mede a desigualdade de renda, deve chegar ao melhor número desde 1960!

. É por isso que a elite branca (e separatista, no caso de São Paulo) está aflita.

. Por isso, ela e o PiG se unem, todos os dias, infatigavelmente, para dar o golpe no Presidente Lula.

. Porque os números do Governo Lula demonstram a fragilidade do programa dos conservadores brasileiros.

. O Farol de Alexandria (FHC) aplicou a receita dos neoliberais, quebrou o Brasil três vezes, se reelegeu porque o Presidente Clinton mandou o FMI dar uma grana para segurar a cotação do Real, e agora, no PiG, se apresenta como o iluminado que concebeu o teorema de Pitágoras e a Ciência Econômica...

. As múltiplas entrevistas que o Farol (FHC) deu a propósito da indicação de Gilberto Alckmin a prefeito foram patéticas.

. O Farol (FHC) não tem nada a declarar.

. Se ele não tem, imagine o PSDB.

. Imagine, então, o presidente eleito: afinal, "o que pensa esse rapaz?" (o Serra), perguntou certa feita, o filósofo Paulo Arantes, na Folha (da Tarde*).

. A saída para a elite e seus estafetas é bater na clave da "corrupção".

. Aquelas roubalheiras como as da Alstom e as do Detran do Rio Grande do Sul.

. Para voltar à distribuição de renda, vale a pena comentar informações do excelente "destaque diário" de 20 de junho de 2008, do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, sob a batuta de Octavio de Barros.

. A construção civil cresceu 8,8% no primeiro trimestre de 2008.

. É o maior avanço desde 2004.

. "As pesquisas mostram forte expansão do emprego ... e elevação dos salários em ritmo superior à expansão média (da economia). Em maio, foram criadas 29 mil vagas de trabalho na construção civil, com carteira assinada".

. Isso significa um acréscimo de 108%(!!!) em relação a maio de 2007.

. A construção civil é a atividade que mais cria empregos formais: nos cinco primeiros meses de 2008, a geração liquida de empregos formais na construção civil foi de 103%(!!!).

. Por tudo isso, faça como o ex-presidente de Portugal, Mario Soares: não leia o PiG.

. O Brasil não cabe na mediocridade composta pelo PiG e pela elite branca (e separatista, no caso de São Paulo).

. Clique aqui para ler "A Lei Mario Soares".

(*) Instigado pelo Azenha - clique aqui para ir ao Viomundo - acabei de ler o excelente livro "Cães de Guarda - jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989", de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial, que trata das relações especiais da Folha (e a Folha da Tarde) com a repressão dos anos militares. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir.




Em Tempo: Como diz um amigo leitor do Conversa Afiada, a elite e o PiG gritam contra "a carga tributária" exatamente porque não terem pagar os impostos que sustentam os programas sociais – como o Bolsa Família – que reforçam a renda do pobre e reduzem a desigualdade.








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Emagrecer sem (muita) dor




Emagrecer Sem (Muita) Dor
Rogério Tuma - Revista Carta Capital nº 501 de 25/06/2008
http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=6&i=1236


Rogério Tuma



O encontro da Sociedade Americana de Endocrinologia, ocorrido entre 15 e 18 de junho em São Francisco, trouxe uma série de novos regimes e dados para que as pessoas obesas consigam emagrecer sem sofrer muito e possam manter o peso ideal depois de atingí-lo.



Uma das coisas mais difíceis é deixar de lado para sempre os alimentos mais gostosos. Para evitar isso, um interessante regime foi proposto por endocrinologistas do Hospital de Clínicas de Caracas. Ao contrário da maioria dos regimes, esta dieta inclui uma farta refeição com carboidratos e proteínas no café da manhã, seguida de uma alimentação de baixa caloria no restante do dia.


De acordo com a principal investigadora do estudo, a doutora Daniela Jakubowicz, as dietas que restringem o uso de carboidratos acabam sem efeito, pois a perda de peso desencadeia uma voracidade para doces. Como as pessoas não conseguem ficar sem um "docinho" tanto tempo, apenas 5% dos regimes continuam eficazes após dois anos.



O estudo avaliou a eficiência de duas dietas em 94 mulheres obesas e sedentárias, ambas pobres em gordura e calorias, porém eram diferentes na proporção de carboidratos. De um lado, 46 mulheres foram submetidas a uma dieta de 1.085 calorias; normalmente precisamos de 2 mil a 2,5 mil para manter o peso. Na dieta havia 17 gramas de carboidratos, 51 gramas de proteína, e 78 gramas de gordura por dia. A dieta mais branda era o café da manhã com apenas 290 calorias. Do outro lado, 48 mulheres receberam 1.240 calorias, com um farto café da manhã de 610 calorias, 58 gramas de carboidratos, 47 gramas de proteínas e 22 gramas de gordura. O almoço tinha 395 calorias e o jantar 235 calorias.



Foram oito meses de dieta
. Após quatro meses, as mulheres com restrição de carboidratos perderam cerca de 12 quilos e o grupo com farto café da manhã perdeu em média 10,5 quilos. Porém, ao término do segundo turno, o grupo com dieta pobre em carboidratos ganhou de volta mais de 8 quilos, e o grupo com café da manhã reforçado continuou a perder peso afinando em média mais 7,5 quilos. No fim do estudo, o grupo que podia comer mais carboidratos perdia perto de 21% do peso, enquanto as outras perdiam apenas 4,5% do seu peso original.



Em outro estudo apresentado no mesmo congresso, o cientista Alan Hirsch, do Centro de Pesquisa de Olfato e Sabor de Chicago, demonstrou que as pessoas conseguem perder peso quando comem pratos mais temperados ou bem adoçados. Por seis meses, quase 2,5 mil obesos foram orientados a colocar algum tempero extra sobre a comida e colocar adoçante na sobremesa.



Um grupo de controle formado por cem voluntários não utilizou os temperos extras. Monitorou-se o peso e o Índice de Massa Corpórea (IMC), que mede a quantidade de gordura no corpo, de todos. Os voluntários também foram liberados a fazer exercícios ou dieta, caso desejassem. Eles pesavam em média 94 quilos com um IMC de 34. Após seis meses, os quase 1,5 mil indivíduos que conseguiram terminar o estudo perderam em média 14 quilos, enquanto o grupo de controle apenas 1 quilo.



Exercícios aeróbicos também têm papel fundamental na perda de peso
. Um estudo do Hospital das Clínicas de Santiago do Chile, coordenado pela doutora Verônica Araya, mostrou que exercícios aumentam a produção do Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF), uma proteína que estimula a regeneração de neurônios e que quando está baixa, por razões ainda não conhecidas, provoca obesidade e aumento de gordura no corpo. Quinze voluntários descreveram o que comiam diariamente e passaram a fazer exercícios diários na esteira ou bicicleta. Após três meses, seus níveis de BDNF e sua alimentação foram novamente avaliados. Descobriu-se que os níveis de BDNF subiram bastante e, quanto mais subiam, maior era a redução na ingestão de calorias e maior a perda de peso.













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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Aquele vigarista da guerra de Bush





Aquele Vigarista da Guerra de Bush
Blog do Argemiro Ferreira - 19/06/2008
http://argemiroferreira.wordpress.com/2008/06/19/aquel-vigarista-na-guerra-de-bush/


O caso de "Curveball", nome em código do vigarista iraquiano que o governo Bush apresentou ao mundo como prova da existência de armas biológicas no Iraque, tende a entrar para o capítulo das grandes fraudes da História. Sabia-se que o nome dele é Rafid Ahmed Alwan, mas agora ele foi localizado e entrevistado pelo jornal Los Angeles Times e ficou clara a extensão da fraude com que os EUA justificaram a guerra de Bush.

Alwan sequer é um vigarista refinado. Apesar da alegação dos EUA de que dirigia instalações de armas biológicas e sabia tudo sobre algo aterrador - "laboratórios móveis de germes", levados de um lugar para outro a fim de enganar inspetores internacionais - "Curveball" era só um vigarista barato. Mentia tanto que se tornou motivo de chacota entre os próprios colegas de trabalho na Alemanha.

E onde trabalhava exatamente? Fazia o que na Alemanha? Foi empregado do McDonald's e do Burger King, botando salsicha ou hamburger na chapa; num restaurante chinês lavava pratos; numa padaria passava a noite fazendo pretzels ou pão comum. Seu conhecimento não ia além disso. Nada sabia de armas biológicas. Mas os espiões dos EUA juraram que sabia tudo sobre armas de destruição em massa (ADM).

"Foi sempre um mentiroso".

Os autores da reportagem do jornal - o alemão John Goetz e o americano Bob Drogin - foram os primeiros jornalistas a entrevistar o personagem celebrizado pela leviandade do governo de Washington. Inicialmente o vigarista prometeu falar em troca de dinheiro. Goetz rejeitou tal proposta mas ele concordou, depois, em falar assim mesmo, durante várias entrevistas breves.

"Curveball"/Alwan contou então que, além de receber segurança especial e proteção, sua identidade era escondida - tudo com a ajuda da espionagem alemã, o Serviço Federal de Inteligência (BND, nas iniciais germânicas). Primeiro ele tentou defender sua reputação, mas isso se tornou impossível depois que os repórteres localizaram ex-colegas de trabalho do vigarista.

Um deles, no Burger King, contou: "Esse sujeito sempre mentiu. É apenas um mentiroso". Um amigo da família, para o qual ele tinha trabalhado antes, também confirmou. "Trata-se de um corrupto", disse. O curioso é os jornalistas não terem encontrado ninguém que o defendesse. Havia unanimidade sobre a reputação do vigarista. Só o presidente Bush e seu vice Cheney acreditaram no que ele contava.

"Não tenho nada com isso".

A certa altura o próprio Alwan negou tudo. "Eu nunca disse que o Iraque tinha ADM. Nunca, em toda a minha vida", afirmou. "Desafio qualquer pessoa no mundo a mostrar um pedaço de papel com minha assinatura ou qualquer coisa que prove que eu disse haver armas de destruição em massa no Iraque". Como, então o governo conseguiu ser enganado? "Não tenho nada com isso", respondeu ele.

Na verdade, a carreira de Alwan/"Curveball" como informante secreto, segundo a reportagem, começou em janeiro de 2000, pouco depois de ter ele preenchido os papéis em busca de asilo político em Zirndorf, campo de refugiados nas cercanias de Nuremberg, onde ainda vive. O pessoal do BND ficou interessado nele por ter dito que ajudava a dirigir um programa secreto de armas biológicas.

Devido a isso, durante um ano e meio o vigarista reuniu-se nada menos de 52 vezes com gente do BND, a quem fornecia desenhos mostrando supostos "laboratórios móveis" e outros detalhes. Ele adorava as reuniões - aos domingos, pela manhã, em "aparelhos" da espionagem. Isso porque depois era premiado com uma boa pizza, talvez por conta do contribuinte.

Só que nas conversas Alwan apenas mentia. Dizia-se perseguido no Iraque de Saddam Hussein. Era meia verdade: chegou a ser caçado pelas autoridades, mas por roubar equipamento de filmagem e vender no mercado negro em Bagdá. Outra mentira contada por ele ao BND foi que o filho do seu ex-chefe Basil Latif comandava secretamente um grupo que, da Inglaterra, contrabandeava ADM.

Anthrax, botulismo e muito mais.

A "informação" foi levada às autoridades britânicas. Elas saíram à procura do filho de Latif, mas ele só tinha 16 anos - não podia estar chefiando quadrilha daquele porte. Entrevistado ainda em 2002 por agentes ocidentais fora do Iraque, Latif avisou então que Alwan tinha sido demitido por ser ladrão. Falsificava faturas. "Acharam que eu é que estava mentindo", contou Latif agora, em Omã, onde vive hoje.

O mais fantástico é que Alwan contava histórias mirabolantes, claramente mentirosas, sobre instrumentos de produzir anthrax, toxinas de botulismo e outros agentes biológicos. Os analistas de armas da CIA e do Pentágono, sem nada que pudesse corroborar as fantasias, preferiam acreditar nele do que nas pessoas que advertiam sobre o hábito de mentir de Alwan.




O próprio George W. Bush, por exemplo, declarou com pompa e circunstância em janeiro de 2003, em sessão conjunta do Congresso: "nós sabemos que o Iraque construiu fábricas móveis de germes". Semanas depois foi a vez do então secretário de Estado Colin Powell (na foto acima, entre o diretor da CIA, George Tenet, e o embaixador John Negroponte) dizer ao mundo, no Conselho de Segurança da ONU, que suas fontes eram "sólidas", entre elas "uma testemunha ocular" (ou seja, Alwan) que "prova a existência dos laboratórios móveis".













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Estudante com paralisia cerebral tira 9,5 em monografia



Estudante Com Paralisia Cerebral Tira 9,5 em Monografia
Portal G1 - 24/06/2008
http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL612971-5604,00.html



Aluno de jornalismo apresentou o trabalho nesta terça-feira, 24/06/2008. 
Com dificuldades para escrever, Eduardo Silva Purper optou pela gravação.

O jovem Eduardo Silva Purper, 22 anos, portador de paralisia cerebral, tirou 9,5 em sua monografia do curso de jornalismo. Sob o título de "Análise semiológica de narrações de futebol", o trabalho foi completamente gravado, pois o estudante tem dificuldades para escrever e apenas 20% da visão.

A banca examinadora elogiou a pesquisa: "Fiquei bastante satisfeito com o trabalho", afirmou um dos avaliadores, Ricardo Militão. "O estudo demonstrou a superação e o tamanho da capacidade intelectual do Dudu", disse outro examinador, Paulo Finger.

Para a orientadora do trabalho Maricéia Benetti, a performance do estudante mostra que é possível fazer a inclusão de portadores de necessidades especiais no dia-a-dia. "Foi um prazer ter trabalhado com esta perspectiva diferente", elogiou.




O jovem na apresentação da monografia.
(foto de Carlos Ismael Moreira)

Quando terminar a faculdade, no ano que vem, ele será um dos primeiros jornalistas do Rio Grande do Sul com paralisia cerebral, segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do estado.




Trabalho Gravado

A gravação do trabalho, fez com que o estudante fosse independente em sua pesquisa.


"A idéia foi da minha professora, que depois se tornou minha orientadora, pois eu não consigo ler. As coisas que eu faço são todas de memória para não precisar escrever também", conta Purper, que está no sexto semestre do curso do Centro Universitário Metodista do Instituto Porto Alegre (IPA).

A paixão pelo futebol é antiga. Aos 14 anos ele escreveu o livro "Purper é gol", que está à disposição nas bibliotecas do IPA. "Na época eu tinha mais habilidade do que hoje para escrever porque eu treinava mais. Com a canetinha acabei escrevendo mais de cem páginas durante as sessões de terapia ocupacional, que foram reduzidas para 64 no livro", explica o jovem.



Ajuda da Família e Empenho

Purper conta com a família e a memória para acompanhar o curso. "Eu sento na frente e presto muita atenção no que os professores falam. Em casa, o meu pai lê os textos em voz alta e eu memorizo", diz ele que faz provas orais na faculdade.




Eduardo fez a monografia em áudio.
(foto de Fernando Antunes)



O pai, o aposentado Ricardo Purper, leva o filho todo dia na faculdade e fica por perto durante o período de aula. "Sempre foi assim. Minha família sempre me ajudou e me incentivou a fazer o que eu podia apesar das minhas dificuldades. Faço fisioterapia desde os nove meses de idade e caminho com ajuda", diz o estudante que tem quatro irmãos.

Para fazer o trabalho da faculdade, o estudante desenvolveu um método. "Na monografia, em vez de pedir para o meu pai sublinhar nos livros o que eu achava importante, eu pedia para ele gravar. As gravações substituíram tudo", diz. O pai leu mais de cem livros para a execução do trabalho. "Eu também usei trilha sonora na introdução e entre os capítulos e nas citações, para diferenciar, é a voz do operador de áudio", explica.



Estágio e Palestras

Enquanto não se forma, o jovem que quer trabalhar com jornalismo esportivo ou político faz estágio na rádio da universidade. "Eu brinco com os meus amigos que se só existisse rádio no curso, eu não me incomodaria. Sou um ouvinte muito assíduo e quero trabalhar com isso", conta.

Purper também participa de palestras de uma ONG sobre inclusão de deficientes em escolas e universidades.



terça-feira, 24 de junho de 2008

Decálogo da Cobiça



Decálogo da Cobiça
Mauricio Dias - Revista Carta Capital nº 499 de 11/06/2008
http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=1098





Mauricio Dias






A contestação da soberania brasileira sobre a Amazônia não é recente. Declarações feitas por influentes personalidades mundiais, nas duas últimas décadas, dão o tom das pressões. Abaixo uma amostra:



1. "Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é deles, mas de todos nós". (Al Gore, como vice-presidente dos EUA);



2. "O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia". (François Mitterrand, como presidente da França);



3. "As campanhas ecológicas internacionais sobre a região amazônica estão deixando a fase propagandística para dar início a uma fase operativa que pode definitivamente ensejar intervenções militares diretas sobre a região". (John Major, como primeiro-ministro da Grã-Bretanha);



4. "O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes". (Mikhail Gorbachev, como presidente da extinta União Soviética);



5. "Os países industrializados não poderão viver da maneira como existiram até hoje se não tiverem à sua disposição os recursos naturais não renováveis do planeta. Terão de montar um sistema de pressões e constrangimentos garantidores da consecução de seus intentos". (Henri Kissinger, ex-secretário de Estado dos EUA);



6. "Atualmente avançamos em uma ampla gama de políticas, negociações e tratados de colaboração com programas das Nações Unidas (...) e crescente participação da CIA em atividades de inteligência ambiental". (Madeleine Albright, como secretária de Estado dos EUA);



7. "Caso o Brasil resolva fazer um uso da Amazônia que ponha em risco o meio ambiente dos Estados Unidos, temos de estar prontos para interromper este processo imediatamente". (general Patrick Hughes, ex-chefe do Órgão Central de Informações das Forças Armadas dos EUA);



8. "A Amazônia e as outras florestas tropicais do planeta deveriam ser consideradas bens públicos mundiais e submetidas à gestão coletiva, ou seja, gestão de comunidades internacionais". (Pascal Lamy, como Comissário da União Européia na ONU);



9. "Essa parte do Brasil (Amazônia) é muito importante para deixar para os brasileiros. Se perdermos as florestas, perderemos a luta contra o aquecimento global". (The Independent/editorial);



10. "O que uns vêem como a salvação da soberania pode ser a destruição da floresta (...) as restrições refletem um debate maior sobre os direitos à soberania versus patrimônio do mundo". (The New York Times/editorial).




Como se sabe, essa gente é capaz. Capaz de tudo.













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Prece de Cáritas - Na Voz de Alziro Zarur




Prece de Cáritas

Na Voz de Alziro Zarur



(dê dois cliques na seta acima - duração 03:29 minutos)













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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Os interesses de Gilmar Mendes se conflitam




Os Interesses de Gilmar Mendes se Conflitam
Paulo Henrique Amorim - Máximas e Mínimas 1192 - 16/06/2008


Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político - o PiG, Partido da Imprensa Golpista.



E se o Papa desse um curso de pós graduação lato senso a distância?

. Imagine o amigo leitor se o Papa abre um curso de pós graduação lato senso, com o bordão comercial: "aprenda com quem faz doutrina".

. E o Papa, a distância, por satélite, ensina como o cristão se deve comportar no confessório.

. Como é ele quem faz a doutrina, o Papa instrui o pecador a relatar seus pecados de tal forma que o padre possa perdoar os pecados.

. O amigo leitor consideraria que o Papa se comporta de forma correta, até, digamos, legal?

. Usar a cátedra papalina para ganhar dinheiro, na pessoa física?

. Acompanhe agora, amigo leitor, uma questão que me submeteu um jovem e inteligente Procurador da República, num jantar neste fim de semana.

. Veja a que ponto chegou esta sub-democracia brasileira.

. O Presidente do Supremo Tribunal Federal (provisoriamente, já que o Conversa Afiada suspeita que seu sonho seja a Presidência da República, tal a mediocridade dos pretendentes conservadores) é um dos sócios fundadores do Instituto Brasiliense de Direito Público.

.
Clique aqui para ler.

. Os outros são: Inocêncio Mártires Coelho, procurador geral da República de 1981 a 1985, e Paulo Gustavo Gonet Branco, Procurador Regional da República.

. O bordão publicitário do I. D. P. é "aprenda com quem faz doutrina e jurisprudência no Brasil".

. É o que mostra o site de uma das instituições de ensino que fizeram o "franchise" do curso do IDP.

(dê dois cliques na imagem acima para vê-la ampliada)



. Sem dúvida, eles fazem doutrina e jurisprudência: 12 ministros, quatro procuradores!

. É um elenco de fazer inveja.

. Tem três ministros do Supremo - Carlos Alberto Direito, o que adiou e votou contra as células tronco, Carlos Ayres Britto e Eros Grau.

. Um ex-presidente do Supremo e hoje Ministro da Defesa, Nelson Jobim.

. Outro ministro de Estado, Jorge Hage.

. E o advogado Yves Gandra Marins e seu filho.

. Yves Gandra foi o advogado da CNBB na votação das células tronco.

. E mais dois ministros do STJ.

. E como funciona o curso do IDP?

. Não tem seleção. O aluno se inscreve pelo site. Algumas aulas já foram ministradas, mas, mesmo assim, o aluno pode se inscrever hoje.

. Cada cidade tem uma unidade, sala de aula, que eles chamam de "pólo presencial". O aluno tem que ir ao "pólo presencial" uma vez por semana.

. É nesse "pólo presencial" que os alunos assistem às aulas. Tem um tutor em sala de aula. Ele é responsável pela sala de aula, chamada, controle e aplicação das avaliações. Quem corrige são os professores.

. O curso é reconhecido pelo MEC.

. Essa é a primeira turma. Tem fiscalização e acompanhamento do MEC.

. Quem "banca" o curso (arca com a estrutura) são a Universidade Norte do Paraná e o IDP.

. Quem expede o diploma são a Unopar e o IDP.

. Veja detalhes (clicando aqui) extraídos do site da UNOPAR.

. O IDP tem 500 alunos "presenciais" e mais de 2000 a distância.

. Já houve certo "stress" - para usar palavra de que o Presidente Mendes gosta muito;
clique aqui para ler - na inter-face do Ministro do Supremo com o dono de um negócio na área educacional.

. Veja só:



Gilmar Mendes diz que servidores escolheram sua escola para cursos - 23/III/2007.

Ministro anuncia que empenho de R$ 3.600 para mestrados vai virar bolsa.

Da Sucursal de Brasília:

O ministro Gilmar Mendes, que ocupa interinamente a presidência do STF (Supremo Tribunal Federal), anunciou que transformará em bolsa de estudos um empenho de R$ 3.600, referente ao curso de mestrado em Ações Constitucionais autorizado a três funcionários do órgão no IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), do qual Mendes é um dos donos.

O anúncio foi feito após publicação de reportagem no jornal "O Globo" revelando que, desde junho de 2005, o STF pagou R$ 48.787 ao IDP para custear despesas de servidores com cursos de especialização.

Segundo Mendes, não há nenhuma irregularidade na transferência de dinheiro do tribunal para o instituto, já que os próprios funcionários escolhem o curso e a escola onde pretendem fazer especializações. Para ele, não havia necessidade de licitação porque somente essa escola oferece determinados cursos.

"Sou co-proprietário do Instituto Brasiliense de Direito Público há dez anos. Não é um projeto comercial, é um projeto acadêmico, bem sucedido, com laços internacionais".

Ele afirmou que os servidores interessados em especializações se inscrevem em um programa de capacitação e escolhem a instituição onde desejam estudar. Ele negou a existência de um contrato entre o STF e a escola.

Mendes se queixou anteontem do noticiário da imprensa. "É preciso pôr fim a essa prática de pistolagem jornalística", afirmou o ministro.

Desde a terça-feira passada, Mendes, que é vice-presidente do STF, ocupa interinamente a presidência do órgão, em razão de licença da ministra Ellen Gracie Northfleet por problemas de saúde na família.

Na quarta-feira, Mendes avisou a Ellen que tinha decidido transformar o empenho do curso dos três novos estudantes no IDP em bolsa.



. Vamos agora tratar do "conflito de interesse".

. Como fica a situação do notável advogado Yves Gandra Martins, ao defender uma causa no Supremo?

. Como votarão Mendes, Direito, Britto e Eros Grau - seus colegas nesse curso de pós-graduação lato senso, a distância?

.
E se um aluno desse curso de pós-graduação lato senso, a distância, for defender uma causa no Supremo?

. Ou se este aluno, simplesmente, se revestir da casca de uma laranja e defender a causa de um patife milionário, no lugar de um advogado de renome?

. E por que transformar numa peça de marketing "o notável saber jurídico e a reputação ilibada", de que fala a Constituição, como pré-requisitos para os Ministros do Supremo.

. "Aprenda com quem faz doutrina e jurisprudência"?

. Que Supremo é esse?

. A cadeira de Ministro do Supremo nesta sub-democracia em que vivemos não é o ponto mais alto de uma carreira.

. Tornou-se uma plataforma de lançamento político.

. E, no caso do IDP, comercial.

. Onde está o recato?

.
Clique aqui para ler sobre o recato e o Ministro Mendes.

. O Conversa Afiada pretende enviar este e-mail ao ilustre Dr. Fabio Comparato, que chamou a atenção de todos para a questão do recato do Ministro Mendes. E ao Dr. Sérgio Bermudes, um dos mais bem pagos advogados de Daniel Dantas, que refutou o Dr. Comparato, na mesma Folha (da Tarde *) de S. Paulo e, de forma discreta e quase imperceptível, bajulou o Ministro Mendes. (Como se, no PiG, o Ministro Mendes precisasse de defesa...).

(*) Instigado pelo Azenha -
clique aqui para ir ao Viomundo - acabei de ler o excelente livro "Cães de Guarda - jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989", de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial, que trata das relações especiais da Folha (e a Folha da Tarde) com a repressão dos anos militares. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir.











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domingo, 22 de junho de 2008

Nova esperança contra o mal de alzheimer



Nova Esperança Contra o Mal de Alzheimer
Igor Waltz - Ciência Hoje On-line - 20/06/2008
http://cienciahoje.uol.com.br/122230


Composto conseguiu reverter os sintomas da doença em testes com camundongos.


O mal de Alzheimer é uma síndrome neurodegenerativa caracterizada pela acumulação do peptídeo beta-amilóide no meio extracelular do tecido cerebral.
Esse composto é produzido naturalmente pelo organismo,mas começa a formar agregados de moléculas quando sua síntese extrapola os níveis normais.
A placa senil (depósitos de beta-amilóide acumulada) é a circunferência rosada no centro da imagem acima.


Um novo composto pode se tornar mais uma arma para reverter os sintomas do mal de Alzheimer em camundongos. A doença, que leva à redução da memória e à demência nas suas fases iniciais, pode ser causada pelo acúmulo do peptídeo beta-amilóide no cérebro na forma de placas, o que dificulta a comunicação entre os neurônios e afeta as sinapses. O composto testado por pesquisadores americanos foi capaz de reduzir a os níveis desse peptídeo e reverter os déficits cognitivos em camundongos.

O estudo foi realizado pela equipe do neurocientista Steven Jacobsen, do setor de pesquisa da empresa farmacêutica norte-americana Wyeth. Os resultados foram relatados na edição desta semana da revista PNAS.

Os pesquisadores se basearam na hipótese de que de o peptídeo beta-amilóide produzido no cérebro seria o elemento chave responsável pelos efeitos neurotóxicos observados no mal de Alzheimer. Eles desenvolveram um composto capaz de diminuir os níveis desse peptídeo no cérebro de camundongos manipulados geneticamente para mimetizar a doença de Alzheimer no laboratório.

O beta-amilóide, quando produzido no cérebro, pode ser quebrado por proteases (enzimas que degradam proteínas) como a plasmina. O objetivo dos experimentos conduzidos pelo grupo era aumentar a produção da plasmina para, com isso, intensificar a degradação do beta-amilóide e diminuir seus efeitos tóxicos.

Uma molécula essencial nesse processo é a chamada PAI-1, que inibe a produção da plasmina e, por isso, elevaria os níveis de beta-amilóide. A nova droga, batizada de PAZ-417, impede a ação da PAI-1 e restabelece os níveis normais de beta-amilóide. É a primeira vez que pesquisadores conseguiram ativar a degradação dessa enzima por meio de manipulação farmacológica.

Em testes com camundongos, a PAZ-417 reduziu significativamente os níveis de beta-amilóide no plasma sangüíneo e no cérebro dos camundongos. No futuro, ela pode dar origem a uma nova estratégia de tratamento do mal de Alzheimer em humanos
.



Hipótese alternativa

A hipótese da qual partem os pesquisadores norte-americanos pressupõe que as placas de beta-amilóide encontradas no cérebro dos pacientes de Alzheimer seriam as responsáveis pela doença. No entanto, esse pressuposto é o objeto de críticas de alguns pesquisadores da doença. "Estudos observaram que não há uma correlação direta e clara entre quantidade de placas e severidade da doença", explica a bioquímica Débora Foguel, do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Segundo Foguel, algumas evidências sugerem que os grandes vilões seriam moléculas poliméricas do peptídeo beta-amilóide - conhecidas como oligômeros difusíveis do beta-amilóide - que se correlacionariam de forma mais direta com os sintomas e características da doença.

"Esses oligômeros observados in vitro pela primeira vez foram detectados no cérebro de pacientes com Alzheimer, o que reforça sua importância nos casos da doença", comenta. "A pesquisa norte-americana busca reduzir a concentração de beta-amilóide, o que levaria à diminuição tanto das placas quanto dos oligômeros, seja quem for o vilão".

Para a bioquímica, os resultados, obtidos por uma empresa farmacêutica, ainda precisam ser confirmados por outra instituição. "Todos os resultados publicados precisam e devem ser confirmados em outros laboratórios", lembra ela. "É preciso ter em mente também que mesmo drogas que funcionem muito bem in vitro ou em testes com animais podem não funcionar em testes com humanos. Vão ser necessários ainda mais alguns testes".









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Bin Laden, de aliado a inimigo número 1



Bin Laden, de Aliado a Inimigo Número 1
Wálter Fanganiello Maierovitch - Revista Carta Capital nº 500 de 18/06/2008
http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=1161




Wálter Fanganiello Maierovitch


Mary Beth Long, a espiã designada pelo Pentágono para localizar e matar Osama bin Laden, líder da organização terrorista Al-Qaeda, acha que acaba de fazer duas grandes descobertas. Nenhuma delas garantirá o sucesso de sua missão, como avaliam seus colegas espiões da CIA, a agência de inteligência norte-americana, todos interessados em fritá-la e garantir as mudanças num eventual governo democrata de Barack Obama.

Especializada em infiltrações de inteligência nas organizações criminosas, a 007 Long soltou, pelo Afeganistão e Paquistão, vários espiões que, de roupas, cabelos e barbas longas, no melhor estilo pasthun, bisbilhotam e fazem contato com as tribos e os chamados "senhores da guerra", chefes de etnias que mudam de lado conforme o interesse financeiro em jogo. Para se ter idéia, os "senhores da guerra", além do tráfico de ópio que transformou o Afeganistão no maior cultivador de papoula e exportador ilegal, são responsáveis pelas derrubadas de florestas. Segundo a agência ambiental da Organização das Nações Unidas, com o tráfico pesado de cedro, pinho, mogno e carvalho, iniciado em 1977, hoje só restam 2% das florestas do Afeganistão.

Não custou aos talebans pegar carona na exploração dessa riqueza e usar o dinheiro arrecadado na compra de armas e munições. O escoamento do contrabando de madeiras nobres, sob proteção dos talebans e o apoio dos funcionários corruptos do governo afegão de Hamid Karzai, se dá basicamente pelo porto de Karachi, no Paquistão. A segunda rota do contrabando leva as madeiras nobres ao vizinho Irã. Nos relatórios da ISI, a agência de espionagem do Paquistão e cujos integrantes são acusados de perfil filo-taleban, esse tema não é prioritário. No entanto, a ISI sabe que, de 1977 a 2002, nas províncias de Nangarhar, Nuristan e Konar, foram derrubadas 50% das árvores de valor comercial.

Os deslocamentos dos 007 de Long são realizados em lombos de burros ou nas corcovas de camelos. Bem camuflados, passam despercebidos, mas, quando obrigados a falar, são traídos pelo sotaque.

Pelas últimas descobertas, Bin Laden e Ayman Al-Zawahiri, segundo no vértice de governo da Al-Qaeda, não estão escondidos no mesmo lugar, ou melhor, mantêm-se distantes, em territórios com características diferentes.

Os peritos do Pentágono examinaram as últimas fitas de Bin Laden, depois da sua reaparição espetacular, com a barba tingida e bem aparada, no vídeo exibido em setembro de 2007. Aliás, depois de um longo ciclo de silêncio, iniciado em outubro de 2004.

As fitas reunidas, de qualidade e marcas diferentes, foram comparadas com as utilizadas, em igual período, em gravações do loquaz Al-Zawahiri, que em menos de dois meses gravou 14 fitas de áudio.

Com relação às fitas e vídeos com Al-Zawahiri, os peritos entendem que ele não está nos esconderijos subterrâneos da Al-Qaeda. Os equipamentos utilizados eram modernos, todas as fitas, novas, e, pela acústica, deduz-se que ele esteja em local com sons próprios de centros habitados. O contrário concluíram os peritos com referência a Bin Laden. Os equipamentos empregados eram antigos, as fitas em embalagens já fora de comercialização. Houve muitas paralisações nas gravações por quebra de velho equipamento e nenhum isolamento acústico foi realizado, tudo a demonstrar gravações ao ar livre, em zona montanhosa, sem os ruídos comuns a aglomerações humanas. Nada de barulho de carros, máquinas agrícolas ou vozes de estranhos.

Concluiu-se ainda que os operadores das sonoras de Bin Laden eram diletantes, apertaram diversas vezes comandos errados e, ao apagarem áudios para refazer mensagem deixavam "cacos" na fita. Por tudo isso, soldados "qaedistas" devem ter se incumbido dessa tarefa, enquanto o material com Al-Zawahiri foi produzido por quem conhecia as técnicas, talvez deslocados a um vilarejo, com os próprios equipamentos.

Segundo a equipe de miss Long, Bin Laden está escondido na região norte do Paquistão, que, para os islâmicos, quer dizer Terra da Pureza. Mais especificamente nas imediações do Monte K2, o segundo mais alto do mundo, com 8.611 metros de altura.

Essa informação acabou transmitida pela Casa Branca ao general David Petraeus, comandante das forças norte-americanas no Iraque. Diante do fato novo, o general realizou uma reunião de emergência no Catar e se irritou quando a rede de televisão Al Arabiya, no começo deste mês de junho, informou, em noticiário, sua chegada de emergência ao país para cuidar da repressão a Bin Laden.

Como se percebe, a caça ao terrorista mais procurado do mundo se intensificou porque interessa ao presidente Bush ter sua cabeça como troféu, a coroar o desastrado governo de dois mandatos
e dar um troco aos terroristas fundamentalistas pelos ataques de 11 de setembro, que fez 2.974 vítimas, excluídos os 19 suicidas sob as ordens de Mohammed Atta. Para Bush, desmoralizado pelas mentiras que serviram de pretexto à invasão do Iraque, com os talebans reorganizados e a impor significativas derrotas aos norte-americanos e à Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), a cabeça de Bin Laden, ou a paz entre israelenses e palestinos, representaria a tábua de salvação para tentar escapar do rol dos piores presidentes da história dos Estados Unidos.

Dados secretos da Casa Branca dão conta de que a Al-Qaeda atua em rede e, de 1995 a dezembro de 2005, promoveu, fora do Iraque, 55 ataques suicidas e fez 3.902 vítimas fatais. No Iraque, pelas afiliadas à chamada Al-Qaeda, entre março de 2003 e dezembro de 2005, foram 385 ataques suicidas, com 3.888 mortos. No Afeganistão, os talebans, a contar da repressão promovida pelos países aliados em 2001 e até 2005, cometeram 19 atentados suicidas que resultaram em 66 vítimas fatais.

Quando o saudita Bin Laden resolveu combater os invasores soviéticos do Afeganistão no fim dos anos 70, associando-se à CIA e gastando parte da sua imensa fortuna na causa, a Al-Qaeda era apenas um sonho. Um sonho que começou a ser acalentado durante uma reunião, no Afeganistão, do primeiro grupo de combatentes islâmicos proveniente de várias partes do planeta, todos afinados com os ideais e as concepções do líder Bin Laden.

Com a retirada humilhante do Exército soviético do Afeganistão em 1989, a CIA não percebeu que Bin Laden ganhara, a partir dos anos 80, uma forte liderança entre os radicais islâmicos. Não se falava em Al-Qaeda, nascida apenas em 1996, mas cujo nome tornou-se forte em 23 de fevereiro de 1998. Isto com a Declaração da Jihad contra os Hebreus e os Cruzados, escrito elaborado por Bin Laden e lido na inauguração da Frente Islâmica Mundial
.

Mas, no início dos anos 80, Bin Laden já estava próximo e auxiliava financeiramente Ayman al-Zawahiri, o médico líder da Jihad Islâmica Egípcia (EIJ), cuja meta era derrubar o regime secular no Egito, país presidido por Anwar al-Sadat desde 1970.

A vitória sobre os soviéticos fez o bilionário saudita imaginar uma luta mais ampla contra todos os "infiéis" que ocupavam o mundo muçulmano. Ou seja, Bin Laden ampliou o horizonte de Al-Zawahiri. Não bastava pensar no Egito. Havia chegado a hora de uma "jihad global", materializada por um movimento transnacional, capaz de atuar em várias partes do planeta. O assassinato de Sadat, presidente egípcio de 1970 a 1981 e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, tinha sido uma grande vitória dos fundamentalistas extremistas, mas que deveria prosseguir voltada à eliminação do sucessor, Hosni Mubarak, e dos seus equivalentes na Jordânia e na Arábia Saudita.

A historiografia mostra, até aqui, que os EUA ainda não tinham ingressado diretamente, mas apenas por tabela, no elenco dos principais inimigos de Bin Laden, a ser combatidos pelos jihadistas globais. Em 23 de agosto de 1996, Bin Laden reorganizou as idéias e colocou os norte-americanos como principais alvos. Seus discursos passaram a centrar-se na defesa de lutas antiamericanas e antiocidentais. O primeiro discurso nessa direção ficou conhecido como a Declaração da Jihad contra os Americanos Que Ocupam o País dos Dois Lugares Sacros (Meca e Medina).

Nesse discurso, Bin Laden inicia uma tática nova, de interlocução com os islâmicos sunitas: "Não é segredo para vocês, irmãos, que o povo do Islã está aflito com as opressões, as hostilidades e as injustiças, por parte da aliança cristã-judaica e dos seus sustentadores". Em outra passagem, fala em massacres contra os muçulmanos quando da ocupação da Arábia Saudita, "a pedra angular do mundo islâmico, o lugar das revelações, a fonte da missão do profeta". Frisa ter sido a Arábia Saudita ocupada pelos "exércitos dos cristãos, dos americanos e dos seus aliados".

Ao tocar na Arábia Saudita, sua terra de nascimento, Bin Laden referia-se ao acordo feito com os EUA e que permitiu a implantação de bases militares durante a Primeira Guerra do Golfo (1991). Em 23 de fevereiro de 1998, dois anos depois do primeiro discurso marcadamente antiamericano, formou-se a frente islâmica, tendo a Al-Qaeda como líder. Da frente participavam também Rifai Ahmed Taha, líder da terrorista JAI, Mir Hamzah, da Jamiat ul-Ulema e-Pakistan, e Fazul Rahman, do movimento denominado Jihad de Bangladesh. Compareceram e manifestaram adesão os representantes da Al-Jama'a al Islamiya (JAI-Egito) e do argelino Grupo Islâmico Armado (GIA).

Na ocasião, o discurso de Bin Laden foi acompanhado de uma fatwa (sentença de morte) dotada de profundas implicações políticas
. Ele iniciou dizendo ser dever individual de cada muçulmano "matar os americanos e os seus aliados, civis ou militares, a fim de liberar as mesquitas de Al-Qaeda e a santa Al Masjid Al Haram de Meca. Assassinar para obrigar os exércitos a se retirarem das terras do Islã". Ao finalizar o discurso, avisou: "O que acabo de dizer está em conformidade com as palavras de Alá Onipotente, que recomenda combater os pagãos sempre ou eles te atacarão primeiro".

Com a transferência de Al-Zawahiri para a Al-Qaeda, o grupo fez os primeiros ataques contra os Estados Unidos e seus aliados. Em 7 de agosto de 1998, dois simultâneos atentados suicidas, com emprego de dois caminhões carregados de explosivos, atingem as embaixadas dos EUA em Nairóbi (Quênia) e em Dar Es-Salaam (Tanzânia). Resultado: 224 mortos e mais de três centenas de feridos graves.

Dois anos depois, em 12 de outubro de 2000, no Iêmen, uma barca-bomba da Al-Qaeda atinge, no estratégico Golfo de Áden, o destróier norte-americano US Cole. Provoca a morte de 27 e deixa 33 feridos.


O terceiro ataque suicida, depois da constituição da Frente Islâmica Mundial, foi em 11 de setembro de 2001, com emprego de quatro aviões comerciais de passageiros, de empresas norte-americanas. Dois dos aviões se chocaram contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Um deles atingiu a sede do Pentágono, em Washington. O quarto, destinado a atingir a Casa Branca, caiu em zona rural da Pensilvânia.

A principal reação aos ataques de 11 de setembro foi a ocupação do Afeganistão, um mês depois. Uma coalizão de forças, sob liderança dos EUA, derrubou o regime dos talebans, instalados no poder desde 1996 e que, na segunda metade dos anos 90, havia dado refúgio a Bin Laden e colocado à disposição da Al-Qaeda o próprio território para a montagem de campos de recrutamento e adestramento dos militantes da "jihad global". Os campos de treinamento foram bombardeados e, com o emprego de bombas perfurantes, foram alcançadas as cavernas usadas para esconder o quartel-general da Al-Qaeda, onde atuavam os seus dois líderes, Bin Laden e Al-Zawahiri.

Apesar do duro golpe, a Al-Qaeda sobreviveu e ganhou força. Enquanto a CIA espalhava que Bin Laden havia morrido ou durante os bombardeios ou por não encontrar mais recursos médicos, necessários para as suas diárias hemodiálises, o apelidado Príncipe do Terror abrigava-se, com segurança, nos confins do Paquistão, em região tribal.

No pós-11 de setembro, a Al-Qaeda transformou-se numa entidade política transnacional, que alguns especialistas no fenômeno do terrorismo preferem denominar de network. A propósito, Bin Laden abandonou os uniformes militares e passou a usar traje de líder político-religioso. Mais, passou a pregar, especialmente para tentar atrair o Hamas e o Hezbollah, um discurso universal, de união islâmica entre xiitas e sunitas. Assim, o grupo migrou de organização de luta inspirada no fundamentalismo de matriz sunita, para uma entidade política sem fronteiras.

A Al-Qaeda utiliza, como principal instrumento de difusão e comunicação, a internet. Os atentados servem de propaganda de uma organização que mata civis, mas não vê neles o alvo principal da violência: a meta é espalhar o medo pelo planeta.

As infovias operadas a serviço da Al-Qaeda serviram, ainda, para cooptar jovens revoltados com as políticas dos norte-americanos e dos seus aliados ocidentais em oposição ao mundo islâmico
. Àqueles que moram fora de país islâmico e nasceram no Ocidente. Esses jovens, sem ligação direta com a Al-Qaeda e que aderiram à "jihad global", formaram as células terroristas responsáveis pelos ataques de 11 de março de 2004 em Madri. Também os ataques terroristas consumados em Londres, em 7 de julho de 2005, planejados e executados pelo desconhecido Muhammad Sadiq Khan.

Pela internet, o grupo dirigiu aos "jihadistas globais" três campanhas voltadas: 1. À liberação (tahrir) dos países muçulmanos do poder exercido ilegitimamente por não muçulmanos. Convém lembrar que vários dirigentes, por exemplo, no Egito, na Arábia Saudita, na Jordânia, são dados, na visão de Bin Laden e Al-Zawahiri, como traidores. 2. À unificação (tawhid) dos territórios liberados num único e grande Estado teocrático islâmico, regido pelas suas leis. 3. À reconstituição do califado (khilafa) e a expansão (fatah) dos seus domínios pelos territórios dos povos infiéis, que não professam o islamismo. Aqui, cabe a recuperação do Maghreb, que corresponde a todo o Norte da África.

Pelas três campanhas, percebe-se as semelhanças entre a dupla Bin Laden-Al Zawahiri com Hitler. Nas campanhas, aproveitou-se para conclamar a defesa da população muçulmana na Somália, na Chechênia e nos Bálcãs. Sempre via internet, é encontrado, a representar uma síntese do pensamento qaedista, o escrito de Al-Zawahiri intitulado A Estrada para Jerusalém Passa pelo Cairo.

Os líderes e apoiadores da Al-Qaeda envelheceram. Muitos foram presos, como Khaled Sheikh Mohamed (projetou e organizou os ataques de 11 de setembro de 2001 e está preso em Guantánamo-Cuba). E outros, mortos espetacularmente no Iraque, como Abu Musab al-Zarqawi.

Para usar a expressão dos agentes da CIA, a next generation já está em ação, a partir do Paquistão. Sua meta é transformar Islamabad num Estado extremista islâmico. O líder da nova geração é Baitullah Mehsud, que no Paquistão e na Ásia Central foi apelidado de "Novo Bin Laden". Com 30 anos, Mehsud é uma espécie de delfim do mentor da Al-Qaeda, que o admira e com quem mantém encontros
. Segundo o ditador presidente do Paquistão, o jovem terrorista é o responsável pelo assassinato de Benazir Bhutto, em dezembro de 2007.












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