quarta-feira, 18 de junho de 2008

As raízes da dependência




As Raízes da Dependência
Rogério Tuma - Revista Carta Capital nº 498 de 04/06/2008
http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=6&i=1050



Rogério Tuma


Com o financiamento de novas linhas de pesquisa pelos institutos de saúde americanos do NIH, novos tratamentos para dependentes de drogas e álcool chegarão, em pouco tempo, ao mercado farmacêutico. Um estudo feito por Scott Hemby e outros integrantes da Faculdade de Medicina da Wake Forest University identificou as mudanças nas quantidades e atividades das proteínas cerebrais em usuários crônicos de cocaína. Utilizando uma tecnologia de último tipo, os cientistas conseguiram identificar e medir a quantidade e a atividade de todas as proteínas em cérebros de macacos viciados e compararam os resultados com os de cérebros de macacos que nunca tiveram contato com a droga.

As proteínas no sistema nervoso constroem estruturas duradouras e, portanto, mudanças no proteoma são mudanças a longo prazo, de difícil reversão. De acordo com Nilesh Tannu, um dos autores do estudo, as alterações ocorrem em nível estrutural, metabólico e de neurotransmissão, algo que torna improvável a volta do cérebro a seu estado original, mesmo interrompido o uso da droga. Tal descoberta pode explicar o alto índice de recaídas que viciados em cocaína sofrem.

O estudo foi publicado na terça-feira 27 no Journal of Molecular Psychiatry. Os autores pretendem, a partir de agora, estudar drogas novas, que sejam capazes de acelerar o processo de reversão do cérebro ao estado original ou protejam o cérebro de tais mudanças. O trabalho pode ser visto também como um aviso aos usuários esporádicos de cocaína, que não se consideram viciados, pois comprova-se que a droga, seja qual for a freqüência do uso, provoca mudanças progressivas no cérebro e, inevitavelmente, acabam gerando a dependência química.

Em outro estudo, Marisa Roberto, pesquisadora do Instituto Scripps, em La Jolla (Califórnia), associada a investigadores da Universidade do Texas em El Paso, descobriu que a gabapentina - um anticonvulsivante também usado para controle da dor - consegue normalizar a ação de neurônios localizados em uma região do cérebro chamada amígdala central. A amígdala é a região cerebral associada aos comportamentos gerados pelo estresse ou medo e exerce também um importante papel na dependência do álcool.

No estudo publicado na revista The Journal of Neuroscience, em 28 de maio, os cientistas demonstraram que a gabapentina reduziu substancialmente o consumo de álcool em ratos alcoólatras. A gabapentina já é utilizada no tratamento do alcoolismo, mas no período de desintoxicação da droga, para melhorar os sintomas de ansiedade. O mecanismo de ação da droga não é totalmente conhecido, mas, mesmo assim, o Instituto Scripps iniciou estudos para avaliar sua eficácia no tratamento curativo para a dependência do álcool.









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2 comentários:

  1. Isso é importante: "O trabalho pode ser visto também como um aviso aos usuários esporádicos de cocaína, que não se consideram viciados, pois comprova-se que a droga, seja qual for a freqüência do uso, provoca mudanças progressivas no cérebro e, inevitavelmente, acabam gerando a dependência química". Um abraço. Drauzio Milagres.

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  2. legal importante essa pesquisa ,concerteza é um avanço no tratamento de usuários.
    isso é uma prova q a tecnologia,e a pesquisa usada de forma correta pode nos dar soluçoes para quase todos os problemaa da humanidade,infelizmente ha muitos interesses e como sempre o dinheiro e o poder falam masi alto!

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Entre no Blogger O Mundo No Seu Dia-a-Dia e faça seus comentários. Um abraço. Drauzio Milagres - http://drauziomilagres.blogspot.com